Record (Portugal)

Humildade!

FC PORTO E SPORTING SÃO HOJE ORGANIZAÇÕ­ES CONFIANTES MAS HUMILDES. CONTRARIAM­ENTE, PERCEBE-SE NO BENFICA QUE A EQUIPA É, NA ESMAGADORA MAIORIA DO SEU TEMPO, ARROGANTE MAS POUCO CONFIANTE

- Luís Miguel Henrique Advogado

Desde o deficitári­o empenho, profission­alismo, dedicação, competênci­a à disponibil­idade, cultura competitiv­a e/ou atitude, tudo já serviu para caracteriz­ar a diminuta performanc­e da equipa profission­al do Benfica (SLB) nestas últimas épocas.

Ainda que concorde que na sua esmagadora maioria das vezes estas qualificaç­ões são perfeitame­nte ajustadas e adequadas à realidade competitiv­a da equipa, sou da opinião que todas elas não são tanto a causa em si, mas a mera consequênc­ia de um outro atributo… ou neste caso em particular, na falta dele – a humildade.

Muitas vezes confunde-se confiança com soberba ou a humildade com a falta da primeira. Nada mais errado. Para simplifica­r, há que perceber de uma vez por todas que, em qualquer tipo de organizaçã­o, mas em particular nas desportiva­s, que “confiança é bom”, “soberba é mau”. Simples e direto!

FC Porto (FCP) e Sporting (SCP) são hoje organizaçõ­es e equipas confiantes mas humil- des. Contrariam­ente, percebe- -se no Benfica que a equipa é, na esmagadora maioria do seu tempo, arrogante mas pouco confiante.

Tem sido a falta de humildade latente e transversa­l em toda a estrutura organizati­va do SLB que tem provocado as demais qualificaç­ões que temos aqui e acolá lido e/ou ouvido seja nas bancadas da Luz ou nas várias análises e reportagen­s nos órgãos de comunicaçã­o social desportivo­s. É a falta de humil- dade que leva à falta de empenho, de sacrifício e de intensidad­e. Não o contrário.

Sem humildade e confiança não há sistematiz­ação de vitórias e superação. Sem sistema- tização de vitórias não haverá cultura de sucesso.

E decidi trazer este tema hoje a esta coluna, porque se o SLB não for humilde mas confiante dificilmen­te ganhará ao FCP na próxima jornada, deixando assim e desde já que a cultura de vitória e mística no rival azul e branco comece já a garantir créditos antecipado­s para a época 2022/23 ao fazer do Estádio da Luz o palco das comemoraçõ­es da nova conquista.

Por muito que custe aos adeptos, sócios e estrutura benfiquist­as, há que ter a humildade de reconhecer que, caso Sérgio Conceição e Rúben Amorim se mantenham nos seus postos na próxima época, o SLB começa claramente e de forma inequívoca do 3º lugar da grelha de partida. Não a par destes, mas atrás.

Será essa humildade que poderá ajudar Rui Costa na gestão controlada das expectativ­as durante o primeiro terço ou metade da época que se avizinha e assim melhor controlar os próximos 6 meses.

A chegada de Roger Schmidt terá de implicar uma alteração profunda não tanto nos métodos ou profission­alismo, porque não era disso que padeciam Rui Vitória, Bruno Lage, Jorge Jesus ou Nélson Veríssimo, mas na cultura de trabalho envolvente de forma vertical assente em humildade e confiança, além de competênci­a claro está… o resto virá por acréscimo.

O BENFICA COMEÇA DE FORMA INEQUÍVOCA DO 3º LUGAR DA GRELHA DE PARTIDA PARA 2022/23

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OCTÁVIO RIBEIRO
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RUI MALHEIRO

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