Record (Portugal)

O QUE FICOU POR CONTAR SOBRE O APAGÃO DE 2011

A luz foi desligada por duas vezes, PSP temeu pela segurança e assunto foi a plenário no Benfica

- A FESTA PORTISTA ÀS ESCURAS NUNO MARTINS

O FC Porto visita hoje o Benfica, com a possibilid­ade de sagrar-se campeão nacional, como em 1940 e 2011. A última vez que garantiram a vitória na prova de regularida­de no reduto do rival, os dragões festejaram às escuras e com o sistema de rega ligado, num episódio que deixou os agentes da PSP em pânico. “Havia mais de três mil adeptos do FC Porto nas bancadas e a integridad­e física dos agentes ficou em risco”, conta, a Record, o subintende­nte na reforma Costa Ramos.

A 3 de abril de 2011, a formação de André Villas-Boas ganhou, por 2-1, na Luz, selando a conquista do 25º título de campeão nacional, tirando o troféu às águias. Mal o antigo árbitro

DIRETOR DE INSTALAÇÕE­S RECEBEU ORDENS SUPERIORES PARA DESLIGAR AS LUZES E DEIXAR DRAGÕES ÀS ESCURAS

Duarte Gomes apitou para o final, instalou-se a festa no relvado e nas bancadas onde estavam os apoiantes azuis e brancos, distribuíd­os entre os pisos 0 e 3. Na altura, ainda não havia caixa de segurança. Para surpresa geral, as luzes do estádio apagaram-se e o sistema de rega foi ativado.

Ficaram acesas as de presença. O país assistia à festa dos dragões, mas nos bastidores, longe das câmaras, trabalhava-se para se garantir a segurança. Costa Ramos ‘apertou’ com o então diretor de segurança dos encarnados, Rui Pereira. A luz foi acesa e novamente apagada. Mais de 11 anos depois, as fontes contactada­s pelo nosso jornal não coincidem sobre de quem partiu a ideia. A única certeza é que o diretor de instalaçõe­s, António Ferreira, recebeu ordens superiores para deixar os dragões às escuras. Estes, no meio da diversão, tiraram a peça que faz circular a água, provocando um efeito de repuxo. A decisão de apagar as luzes e ligar o sistema causou desagrado no Benfica e o assunto foi discutido em reunião da SAD, sem que ficasse registado em ata, e em plenário de órgãos sociais. Hoje, é certo, a história não se repetirá. A haver festa, será às claras. *

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MOMENTO. Jogadores portistas, caso de Otamendi (30), divertiram-se às escuras e com água. Os adeptos estavam em dois pisos sem caixa de segurança

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