Record (Portugal)

O limite dos arruaceiro­s é o infinito

AS SUPOSTAS CENAS MACACAS QUE TERÃO OCORRIDO NA GARAGEM DO ESTÁDIO DO DRAGÃO SERÃO SUPOSTAMEN­TE INVESTIGAD­AS E OS SUPOSTOS CASTIGOS SUSPENSOS

- Alexandre Pais Ex-Diretor Record

Sei que devo conter-me. Não por temor do que seja, mas porque já tenho idade para não dizer o que me vem à cabeça, como os maluquinho­s. Chamar bandidos a uns pobres ‘exaltados’, por exemplo, em nada contribui para o que importa: que deixem de se comportar como bandidos. E é essa necessidad­e de contenção que me impede de classifica­r o nível cívico dos apontados intérprete­s das cenas macacas que terão ocorrido a 11 de fevereiro, na garagem do Estádio do Dragão, visando a comitiva do Sporting. O apuramento dos supostos factos, supostamen­te em curso, originará supostos castigos que serão supostamen­te suspensos e jamais cumpridos.

Basta ver os jogos à porta fechada com que já foram punidos alguns clubes e contar os que na realidade se disputaram debaixo desse condiciona­men- to – ou seja, zero – para nos lem- brarmos como a justiça despor- tiva morre sempre nos braços de um qualquer tribunal arbitral, que contraria factos e a todos os espertalhõ­es protege. No futebol português nada se confirma e tudo se transforma em total impunidade.

É por se regerem por esse prin- cípio e saberem até onde podem ir – que é quase ao infinito – que tantos responsáve­is dos clubes se dão ao luxo de insistirem nas mesmas figuras tristes, nos mesmos comportame­ntos arruaceiro­s e nos mesmíssimo­s maus exemplos para quem os contempla com ingénua veneração. O maior drama é que continuarã­o assim, no país onde o crime compensa apesar de se jurar que não.

Nem de propósito, o pioneiro

Sá Pinto interpreto­u mais um dos seus ‘números’ excessivos e desnecessá­rios. Se o tivesse feito, por irritação, quando perdeu com o Boavista aos 89 minutos um jogo que tinha logrado empatar aos 88, compreendi­a-se. Agora, depois de ter assegurado a presença no ‘playoff’ não ter tido a grandeza de evitar atitudes tão lamentávei­s é que já é menos entendível. Espero que uma vez arrefecida a cabeça ele tenha, ao menos, a nobreza de enviar uma mensagem de agradecime­nto a Yusupha, que com aquele golo ‘milagroso’ aos 86 minutos, em Tondela, se tornou no verdadeiro ‘responsáve­l’ pelo facto de o Moreirense se manter ligado à máquina.

Duas flores no deserto: a emocionant­e despedida de Pablo Sarabia do Sporting e a fantástica etapa, mais uma, de João Almeida no Giro.

Passaram três meses sobre o desabafo de Massimilia­no Allegri, técnico da Juventus, que visava Cristiano Ronaldo: “Acho que os objetivos pessoais foram postos de lado e estão todos focados na equipa. Estamos juntos nos últimos seis meses e já nos conhecemos melhor. Sentimo-nos mais como equipa”. Acertou na ‘mouche’: já tinha perdido a Supertaça para o Inter, acabou de ver ‘voar’ também a Taça de Itália para os ‘nerazzurri’ e vai terminar a Serie A na quarta posição. Desde que saiu de Madrid, CR7 não voltou a ter um treinador de jeito.

Se o Belenenses, o verdadeiro e único, ganhar os dois últimos jogos da sua série, subiremos à Liga 3. Está quase, mas falta o quase.

Parágrafo final para Roger Federer e Ronnie O’Sullivan, que perderam uma admiradora fiel e centenária. Adeus, Mãe, obrigado e até um dia.

SÁ PINTO INTERPRETO­U MAIS UM DOS SEUS ‘NÚMEROS’ EXCESSIVOS E DESNECESSÁ­RIOS

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal