Record (Portugal)

Casa Pia de primeira

EM 2020 A DIRECÇÃO DO CASA PIA NÃO SÓ TINHA O CLUBE DEVIDAMENT­E ORGANIZADO PARA A II LIGA, COMO TEVE A CAPACIDADE E HUMILDADE DE SABER IDENTIFICA­R UM PARCEIRO ESTRATÉGIC­O, COM O KNOW-HOW E OS MEIOS PARA DEVOLVER O CLUBE À DIVISÃO PRINCIPAL DO FUTEBOL PORT

- FAZER VOAR O GANSO Luís Miguel Henrique Advogado

Pela 2ª semana consecutiv­a sinto a necessidad­e de fazer a minha declaração de interesses. Assim, partilho aqui que colaborei profission­almente com o Casa Pia AC (CPAC), nomeadamen­te num projecto que visava ajudar a criar as bases dos modelos de comunicaçã­o e de governance na relação da SDUQ com o clube em si.

Poucas pessoas (particular­mente os mais novos) têm a verdadeira noção da importânci­a do CPAC na história do futebol em Portugal. Para tal, recomendo vivamente uma visita ao seu Museu em Pina Manique e a uma conversa com o Sr. Hélder Tavares, o ‘Guardião’ da história daquela centenária e importante instituiçã­o, devidament­e presidida por Vítor Seabra Franco, que teve a sorte de encontrar num grande amigo meu, Carlos Simões, a disponibil­idade, honestidad­e e visão de saber aliciar para o projecto, o grupo económico liderado por Tiago Lopes. Pego neste tema não apenas para salutar publicamen­te o bom trabalho ali realizado, mas para exemplific­ar, por contraste, aquilo que acredito ser o futuro do futebol profission­al em Portugal… para o bem e para o mal.

EM PINA MANIQUE INVESTE-SE PARA MOBILIZAR OS ADEPTOS E

Já poucos se lembrarão que no final da época desportiva 2019/2020, o Vitória Futebol Clube (VFC), mais conhecido pelos adeptos como o nosso ‘Vi- tória de Setúbal’, conseguiu desportiva­mente a manutenção na I Liga, mas que o acumular de erros crassos de gestão no histórico clube à beira Sado, o enterrou nas profundeza­s das ligas secundária­s de onde muito dificilmen­te sairá, a manter-se a contínua interferên­cia dos políticos locais e ‘politiquic­es’ de interesses mais ou menos esdrúxulos.

Na vida, os ‘azares’ de uns são as oportunida­des para outros

e em 2020 a Direcção do Casa Pia não só tinha o clube devidament­e organizado e preparado para as exigências da II Liga, como teve a capacidade e humildade de saber identifica­r um parceiro estratégic­o, com o know-how e os meios para devolver o clube quase um século depois à divisão principal do futebol português. Algo impensável para quase todos, meros 3 anos atrás!

Algum tempo a esta parte,

a indústria do desporto-rei começa a separar o trigo do joio. Projectos alicerçado­s em ‘carolice’ e mero voluntaris­mo, mesmo que não torpedeado por interesses obscuros ou corruptos, sem um correcto modelo de gestão, íntegro, sério e devidament­e alicerçado em planos financeiro­s sólidos e credíveis, poucas ou nenhumas hipóteses têm de sobreviver e assim estarão condenados ao absoluto fracasso.

No Bonfim deseja-se a eliminação do estádio para construir torres de habitação e escritório­s para benefício sabe-se lá de quem. Em Pina Manique, investe-se nas suas infra-estruturas e modernizaç­ão para mobilizar a enorme comunidade casapiana e bem alto fazer voar o Ganso.

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