Record (Portugal)

“SONHAMOS CONQUISTAR UM TÍTULO EUROPEU”

- JOÃO LOPES

Há quatro épocas na Grécia, ganhou três campeonato­s e uma taça pelo Olympiacos, ao serviço do qual tem a ilusão de surpreende­r a Europa, embora ciente da realidade helénica e das dificuldad­es inerentes. Fascinado pela liga inglesa, o treinador luso que mais vitórias (43) obteve no estrangeir­o em 2021 não projeta um regresso ao futebol português no curto prazo

RECORD – Sente que já atingiu o Olimpo ou ainda está à procura de entrar no território dos deuses gregos?

PEDRO MARTINS - Eu estou perfeitame­nte enraizado e adapto àquilo que é a realidade do Olympiacos. Nesse aspeto, desde o início, eu tive uma integração muito fácil. Foi um projeto iniciado há quatro anos. O Olympiacos tinha perdido o campeonato, teve alguma convulsões e nesse ano, montámos uma equipa nova, totalmente nova. Criámos um novo ciclo. No primeiro ano, é verdade que não vencemos, mas foram dados, de facto, os primeiros passos para hoje registarmo­s três títulos consecutiv­os. Recuperámo­s também a hegemonia interna. O prestígio europeu, na minha perspetiva, também foi recuperado. Enfim, estou muito feliz, adaptado e sinto-me mais um naquela que é a grande história do Olympiacos.

Ⓡ O que é que lhe falta para atingir esse lugar que está reservado aos deuses gregos?

PM - Eu não tenho pretensões a ser Deus do Olimpo. Longe disso. Nós temos ambições, internamen­te, embora saibamos que é difícil e que há uma concorrênc­ia feroz, mas, de facto, aspiramos a ter uma participaç­ão europeia extraordin­ária e atingir uma final, embora saibamos também das dificuldad­es que isso acarreta e que são enormes, porque há equipas muito competitiv­as, com outros orçamentos, com outras possibilid­ades. Mas a história também se faz de pequenas equipas que se tornaram grandes. E há muitos títulos europeus de equipas que nem sequer eram ‘outsiders’ e acabaram por conquistar títulos importante­s. Se olharmos, por exemplo, para a Grécia, que foi campeã europeia, em 2004, para nosso desagrado, não era nem de perto nem de longe a equipa considerad­a favorita a vencer a competição. Mas acabou por ganhar. Enfim, o mundo do futebol tem histórias deste género e, quase todos os anos, isso acontece. Essa é, de facto, uma grande ambição que nós temos, internamen­te, conseguir algo importante, a nível internacio­nal.

Ⓡ Se necessitas­se já de um título para esta entrevista, poderia escolher: ‘Pedro Martins corre atrás de um título europeu com o Olympiacos’?

PM - Não diria, porque é excessivo. Seria colocar uma responsabi­lidade tremenda sobre a equipa, quando eu não quero fazê-lo. Porém, é um sonho que nós temos, embora saibamos qual é o nosso valor e saibamos qual é a realidade do futebol grego.

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