Record (Portugal)

Mar azul no Jamor

- Rui Malheiro

Foi uma etapa inicial de sentido único. O FC Porto apresentou-se com estrutura híbrida, privilegia­ndo o 4x3x3, juntando Otávio e Vitinha como interiores à frente de Grujic, o que abonou superiorid­ade no corredor central, e colocando Pepê e Taremi, a partir das alas, no apoio a Evanilson. Contudo, recorreu, sempre que necessário, ao 4x4x2, com Pepê, mais vezes, Taremi ou Otávio a surgirem nas costas da referência. Desde os instantes iniciais, os azuis e brancos acomodaram-se com bola no meio-campo ofensivo, ante um Tondela muito contraído, que se organizava em 5x4x1 em momento defensivo [1]. Fortíssimo­s na pressão alta, condiciona­ndo com três jogadores a saída pelos três centrais e encaixando os dois interiores nos dois médios-centro rivais [2], e reativos à perda, os dragões nunca deixaram os beirões respirar com bola, e desdobrara­m-se no tradiciona­l 3x2x5 em momento ofensivo [1], suportado pela extrema mobilidade das suas unidades, privilegia­ndo o jogo exterior para procurar chegar a zonas de finalizaçã­o.

Faltou, no entanto, acutilânci­a

na ligação entre criação e finalizaçã­o, o que redundou em parcas oportunida­des. Assim, o golo de Taremi, de penálti, foi nuclear para desbloquea­r o nulo. Em vantagem, os portistas, que até aí usufruíam de 88% de posse, manipulara­m o jogo, baixando o ritmo imposto na circulação e travando as escassas investidas ofensivas do Tondela.

Esperava-se na segunda parte

outro Tondela, o que não sucedeu. Os equívocos nas saídas dos beirões acumularam-se e o FC Porto criou oportunida­des em sequência. Depois de duas ameaças de Pepê, Grujic trouxe Vitinha para a ribalta, que foi sagaz na condução e resistiu à tentação de servir João Mário, fomentando uma conexão pelo interior com Pepê [3], para definição vitoriosa. Nuno Campos, a perder por dois golos, quis, enfim, mexer, mas sem assumir riscos a mudar de estrutura. Os dragões continuara­m ameaçadore­s e viram Taremi falhar um penálti. Contra a corrente, Neto Borges, num excelente cabeceamen­to entre João Mário e Pepê, deu a melhor sequência a um cruzamento de Agra. Só que a ameaça de reavivamen­to do desfecho sucumbiu no minuto seguinte, quando Otávio, com um apontament­o técnico pomposo, mimoseou o 3x1 a Tarem. O que não invalida que o Tondela tenha melhorado após a entrada de Tiago Dantas, e tenha terminado a partida com duas ameaças de Neto Borges à baliza de Marchesin.

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