Record (Portugal)

Chega sempre o dia em que o corpo cede

A LESÃO QUE LEVOU CRISTIANO A FALHAR O ÚLTIMO JOGO DO UNITED PODE SER UMA CONSEQUÊNC­IA DOS 37 ANOS E DOS 45 JOGOS JÁ DISPUTADOS ESTA ÉPOCA. O DRAMA É QUE AINDA FALTAM QUATRO...

- DANIEL SÁ Alexandre Pais Ex-Diretor Record BRUNO PRATA

A CHAMADA DE RICARDO HORTA À SELEÇÃO É UMA VÉNIA AO TRABALHO

DE CARLOS CARVALHAL

Cristiano Ronaldo falhou o último jogo do Manchester United – que só por ‘milagre’ não acabou também fora da Liga Europa – por se encontrar, como foi anunciado pela segunda vez este ano, com problemas na anca. O caráter do jogador não permite que se duvide de uma lesão que será consequênc­ia lógica dos seus 37 anos, de quase duas décadas de competição a alto nível e das quatro dezenas e meia de partidas na época – com mais 30 golos no rol e a contar. O drama é que fal- tam ainda os quatro jogos em 11 dias da Seleção, de novo sem Rúben Dias – e viu-se como ontem, muito pela sua falta, o City ia deixando escapar a Premier – e com CR7 sem a frescura física necessária para tamanho esforço, partindo do princípio que recuperará até dia 2. É que começamos logo por enfrentar a Espanha...

O que vier a acontecer nos em- bates da Liga das Nações

ajudará talvez a compreende­r qual será o futuro de Cristiano. Disputar a Liga Europa pelo United, continuar na Champions noutro potentado europeu ou vestindo já a camisola do Sporting? É que se é verdade que a lenda manifestou o desejo de jogar para lá dos 40 anos, é igualmente verdade que os sinais são de que o seu corpo, que não é de ferro, nem eterno, começa a ceder. Mesmo que vá chegando para as enco- mendas. A propósito: sem o ‘problema’ CR, a Juventus aca- bou a Serie A em quarto lugar, a 9 pontos do terceiro e a 16 (!) do campeão. E com o 10.º ataque da liga: marcou menos sete go- los que o Sassuolo, que terminou na 11.ª posição!

Não percebo algumas ausên- cias na convocatór­ia do Engenheiro – como sempre

acontece, ‘bons’ são os que fal- tam – mas há uma que não me entra na cabeça: a de Gonçalo Inácio, ‘rebaixado’ para os Sub-21. Então, numa altura em que não teremos Rúben Dias e em que os 39 anos de Pepe não lhe permitirão fazer tantos jo- gos em tão pouco tempo é que não se chamam nem Fonte, nem Inácio? Para já não colocar demasiada ênfase na irregulari­dade de Domingos Duarte… Em sentido contrário, vejo com alegria a escolha de David Carmo – o mais que provável parceiro de Rúben Dias mal fiquemos sem Pepe – e de Ricardo Horta, duas vénias a Carlos Carvalhal, absurdamen­te ‘substituíd­o’ em Braga por mais um capricho de António Salvador. Basta ver há quantos anos – oito! – Horta não ia à Seleção, para valorizarm­os ainda mais o trabalho de um grande treinador.

A arbitragem portuguesa não conseguiu

ter qualquer representa­nte indigitado para o Mundial. Fácil é fazer como os abutres das redes sociais e malhar nos árbitros da casa, que ao sabor dos interesses cegos de cada ‘indignado’ são incompeten­tes, cobardes, corruptos, umas bestas. Mais difícil é reconhecer que não se trata simplesmen­te da velha – e várias vezes real – falta de qualidade dos nossos homens do apito, mas sim de uma questão de escassa influência política junto de quem mexe os cordelinho­s. Porque os que seguem os jogos das maiores ligas europeias topam de caras, em campo como no VAR, umas anedotas tão más como as piores que cá temos.

Parágrafo final para o último a rir: Pinto da Costa.

Pelo meio de histerismo­s avulsos e confusões em túneis e garagens, lá saiu mais um título para a mesa do canto. Continuem com o folclore por Lisboa porque uma coisa é inegável: está a correr-vos bem...

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal