Record (Portugal)

“SURPREENDE­U-ME COMEÇAR A JOGAR MAL CHEGUEI”

O central brasileiro, de 28 anos, só aterrou em Portugal em janeiro, mas estreou-se a titular logo no final primeira semana de trabalho e acabou a época como o reforço de inverno mais utilizado entre todas as equipas da Liga Bwin

- PEDRO MALACÓ

Ser o reforço de inverno que mais tempo jogou na Liga Bwin é, por si só, um balanço positivo desta aposta no Vizela?

A – Vim com o intuito de ajudar e fico muito feliz por ter contribuíd­o para a continuida­de do Vizela no principal escalão. Para mim isso foi a maior vitória, mas também acho que fiz uma boa época e acredito que ainda posso fazer melhor. Com a ajuda e envolvênci­a de todos acredito que as coisas vão continuar a fluir. Contudo, também não posso esconder que fiquei surpreendi­do porque não esperava jogar tanto, principalm­ente não contava chegar e começar logo a jogar.

Qual foi o segredo para uma adaptação tão rápida e como é que se proporcion­ou começar a jogar logo na semana em que chegou a Portugal?

A – O grupo fez-me sentir como se estivesse em casa desde o primeiro

“EM PORTUGAL OS ADEPTOS ABRAÇAM E INCENTIVAM. NO BRASIL A COBRANÇA É EXAGERADA E HÁ AGRESSÕES”

dia e aqui tenho de agradecer a forma como fui recebido pelo Ivanildo, pelo Bruno Wilson e pelo Aidara, só que não estava preparado para jogar contra o Moreirense. Tinha acabado de chegar a Portugal, estava a tomar o pequeno almoço junto com a equipa e ficamos a saber que o Aidara tinha testado positivo à Covid-19. O míster Álvaro Pacheco disse-nos que a solução estava dentro do grupo e foi aí que soube que ia jogar.

Sentiu-se ansioso?

A – Claro. Não contava. Subiu aquele nervoso miudinho porque queria correspond­er às expetativa­s, porque era um jogo em casa e queria mostrar serviço aos adeptos e provar ao grupo que vim para somar.

Deparou-se com uma realidade muito diferente da esperada?

A – Em Portugal é tudo muito diferente. O clima, a dinâmica do jogo, a comida e até a língua, mas estas diferenças eu já as esperava, especialme­nte a intensidad­e de jogo, até porque custou-me um bocadinho. O que me surpreende­u mesmo foi a diferente relação dos jogadores com os adeptos.

No Brasil a relação com os adeptos não é semelhante?

A – Não. A diferença é muito grande. Em Portugal os adeptos abraçam e incentivam os jogadores. Não tem aquela coisa das agressões que há no Brasil. Aqui é tudo bem mais tranquilo. Lá a cobrança é exagerada. É algo muito chato. Eu aceito que o adepto tem o direito a cobrar, mas lá chega ao exagero e eu senti muito essa energia positiva, ainda para mais porque os adeptos do Vizela transmitem muito bem todo o seu entusiasmo.

A titularida­de ao longo de toda a segunda volta, sem lesões ou castigos, dado que só falhou um jogo porque testou positivo à Covid-19, foi suficiente para abrir outros horizontes?

A – Nunca fui de fazer muitas faltas e felizmente não tive lesões, mas tenho contrato com o Vizela. Acredito que nada acontece por acaso e é com trabalho que se conquistam as coisas, pelo que vamos ver o que acontece na próxima época.

A próxima época tem tudo para ser mais tranquila agora que o grupo já tem experiênci­a de quais são as exigências da Liga Bwin?

A – Acho que já sofremos o que tínhamos para sofrer e é claro que esperamos um Vizela para melhor. Acredito com toda esta bagagem seremos mais regulares. O segredo da tranquilid­ade é não oscilar muito para somar pontos com frequência. *

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ANDERSON

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