Record (Portugal)

Mourinho, a nova alma da Roma

- Eládio Paramés

Está ultrapassa­do. Só pensa em dinheiro. A carreira dele acabou. As suas equipas não jogam nada. É um egocêntric­o. É arrogante. É, é, é... isto tudo, dizem, escrevem, comentam os grandes especialis­tas da bola. Até narcisista já lhe chamaram. Esquecem-se de dizer que é, sobretudo, um ganhador! Voltou a demonstrá-lo e a fazer história. A Roma não lhe deu Mbappé, Benzema, Kanté, Lewandowsk­i ou outro qualquer desses craques, mas deu-lhe um projeto, confiança nas suas qualidades, deu-lhe tempo e, ainda, um clube com muitos milhares de adeptos que acreditava­m e acreditam que, com ele, a sua amada Roma até pode sonhar com a conquista da Série A. Não será para já, mas não irá demorar muito.

E Mourinho já demonstrou que, com isso, consegue criar e desenvolve­r uma equipa ganhadora. Fê-lo no FC Porto, no Chelsea, no Inter, no Real Madrid, em Manchester, fê-lo agora com a Roma. E só o não fez no Tottenham porque houve um invejoso que o impediu de ganhar então aquela que seria a sua quinta final europeia. Ganhou-a ontem, em Tirana! Teve sorte, dirão, escreverão e comentarão os aziados do costume. Teve, é verdade. Mas também é verdade que a sorte dá imenso trabalho, mais a mais quando se tem toda uma equipa presa por arames por força dos muitos minutos nas pernas, se perde demasiado cedo uma peça importante na manobra do conjunto e, além disso, se defronta um adversário fresquinho que nem uma alface que teve a possibilid­ade de estagiar no Algarve antes do jogo, enquanto a

Roma lutava por uma presença na Liga Europa. Esta equipa pode não ter pernas, mas Mourinho conseguiu dar-lhe algo muito mais importante – uma nova alma. E foi com esta alma que a primeira taça da Conferênci­a League viajou para Roma. O resto... é música!

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