“Nunca pensei andar a bater às portas”
Antigo atleta, de 76 anos, pede ajuda para salvar emblema centenário, que atravessa dificuldades
António Bessone Basto dispensa apresentações. É o maior exemplo de ecletismo do desporto português. Foi nadador olímpico nos Jogos de Tóquio’1964, fez parte da equipa de andebol dos Sete Magníficos do Sporting, praticou ainda caça submarina, judo, karaté, basquetebol, ténis, ténis de mesa e râguebi. É um mito vivo, sendo um dos atletas lusos mais premiados de sempre e que, agora, tem a sua maior missão,
“GASTA-SE MUITO A REMENDAR, ENTRE O QUE RECEBEMOS E O QUE PAGAMOS EXISTE UM DÉFICE CONSTANTE”
dando a cara como presidente, com o objetivo de salvar o centenário Sport Algés e Dafundo, fundado em 1915, mas a passar por grandes dificuldades financeiras. “Nunca pensei andar a bater às portas. Temos dois mil e poucos sócios, mas pagantes apenas mil, fazem todos falta, trouxe alguns para darem corpo ao futuro. Se não fosse a Câmara Municipal de Oeiras, já tínhamos fechado para obras”, explicou a Record António Bessone Basto, de 76 anos, eleito a 18 de fevereiro de 2022 como novo presidente do Algés.
Os problemas são muitos, como explica o dirigente, pois existe um défice entre as receitas e as despesas, num emblema que apresenta o estatuto de Utilidade Pública: “A isto chama-se um clube falido, gasta-se muito a remendar, entre o que recebemos e o que pagamos há um défice constante. Como exemplo, pagávamos quatro mil euros de gás por mês e agora são 18 mil. Estamos aqui para tentar dar a volta, precisamos que voltem os antigos e novos sócios, que as entidades públicas e privadas nos apoiem. Toda a gente diz, ainda bem que vieste Toni, vamos todos ajudar, mas chegarem-se à frente está difícil. Vamos fazer 107 anos, precisamos de sair destas instalações, senão o clube fecha, morre, está preso pelas costuras. Tem muita gente a falar, mas que não conhece e nem sequer são sócios. São papagaios que não conhecem a nossa história. Venham conhecer os problemas. Ainda agora vamos gastar 300 mil euros na ventilação. Está tudo velho, é como pintar um barco cheio de remendos.” *