“Transmitam o mesmo carinho ao meu sucessor”
Quer ver igual apoio dos adeptos ao próximo líder, mas garante que continua “a sonhar com vitórias” ao leme dos dragões
Diretamente do coração, sem passagem de olhos por um único apontamento tirado em papel ou num suporte digital, Pinto da Costa deixou ao rubro os cerca de 800 adeptos que foram a Nogueira da Regedoura celebrar os 40 anos da sua presidência e os 35 da vitória da Taça dos Campeões Europeus, em Viena. Aos 84 anos, o presidente falou do passado, do presente e também do futuro. Do futuro do FC Porto sem Pinto da Costa ao leme. “Continuo a sonhar, continuo a sonhar com vitórias, continuo a sonhar que, um dia que terminem as minhas obrigações, vocês possam transmitir ao meu sucessor o mesmo carinho e o mesmo entusiasmo em prol do FC Porto”, solicitou Pinto da Costa, em nova abordagem a um tema que tem sido cada vez mais recorrente nas suas intervenções. Neste caso, como nas anteriores, não indicou aquele que considera ser o sucessor ideal na presidência do FC Porto, nem tão pouco quando se retirará de funções, sendo apenas certo que o atual mandato termina em 2024. “Era impensável, há 35 anos, que eu, como presidente, tivesse o prazer de estar aqui hoje. Mas é o destino. Quando hesitava em ser candidato, foi minha mãe que me disse, que era o meu destino. Foi nisso que acreditei e continuei a sonhar. E continuo a sonhar que o FC Porto é muito mais do que qualquer pessoa, muito mais do que qualquer presidente por muito que se goste dele. O FC Porto tem de ter o apoio de todos, sempre, seja com quem for”, vincou Pinto da Costa, lançando as bases do futuro do clube na união à causa que sempre fomentou nestes 40 anos de presidência.
Tal como fez no dia em que a equipa de futebol foi depositar, no museu, os troféus referentes à conquista da dobradinha na
“O FC PORTO É MUITO MAIS DO QUE QUALQUER PESSOA, MUITO MAIS DO QUE QUALQUER PRESIDENTE”, SALIENTOU
época finda, Pinto da Costa voltou a citar Fernando Pessoa. E também não escondeu a sua conhecida graça, com a introdução e o ponto final do discurso. Pelo meio, fez um balanço da sua presidência no FC Porto. “Foram 40 anos de muitas canseiras e muitos trabalhos, mas 40 anos de muitas vitórias e muitas alegrias. E como foram possíveis? Fundamentalmente no que me diz respeito é que mesmo que não sendo nada, eu tinha em mim todos os sonhos do mundo e com o incitamento que recebi sonhei que o FC Porto haveria de um dia ser aquilo que é hoje. O meu mérito foi apenas em todas as situações escolher o que melhor havia para o FC Porto”, afirmou o presidente do FC Porto, sendo várias vezes interrompido pelos aplausos dos presentes. “Sinto-me profundamente feliz não por estarmos aqui, mas por recordar que há cinco anos, após quatro anos de insucesso, vocês estiveram aqui comigo”, concluiu.
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