Como rasgar defesas
Portugal voltou a dominar e a convencer num jogo da Liga das Nações. A equipa nacional venceu por 2-0, numa exibição convincente com sinal mais no primeiro tempo.
Fernando Santos preparou a equipa para defender de forma eficaz uma seleção que se apresentasse num sistema base com 3 defesas. Uma situação que muitos problemas deu a Portugal no passado quando defrontou selecções que jogavam em 3-4-3 ou 3-5-2.
A Rep. Checa alinhou em 3-4-3 e para anular a dinâmica ofensiva da selecção contrária, a estratégia passou por defender com linha de 5 com Gonçalo Guedes a fechar o corredor direito e a acompanhar os movimentos do ala esquerdo. No momento com bola, o extremo português subia no terreno e formava uma linha de três com Ronaldo no meio e Jota na esquerda [1].
Os primeiros 15 minutos da partida foram de ajuste por parte das duas equipas, com os checos a defenderem bem, ocupando os espaços e não permitindo a Portugal entrar no seu bloco, e a sairem rápido nas transições. Depois deste período a Seleção assumiu as despesas da partida e teve em Cancelo, Neves e Bernardo Silva os principais protagonistas. A sociedade do City esteve envolvida no primeiro golo e pela forma como conseguiu desbloquear a partida. Por outro lado, o médio do Wolves esteve em excelente destaque no plano com bola. Foi dele que saiu o passe que rasgou a defesa checa no 2-0 e permitiu a Bernardo servir Guedes. Mesmo sobre pressão conseguiu meter o passe entre linhas e desequilibrar a defensiva [2].
Na segunda parte o conjunto português desligou e baixou a intensidade, permitindo aos checos de chegar mais vezes à baliza e criar alguns lances de perigo através de ataques rápidos. Com bola a equipa projectou bem os seus laterais, Cancelo e Guerreiro, e permitiu a Neves baixar para ligar o jogo com Bernardo Silva mais solto como o grande organizador de jogo e William a assumir um papel mais adiantado de médio de transição. Ronaldo a prender os centrais contrários, com Jota e Guedes mais móveis a atacar os espaços nas costas da defesa. O marcador obrigou a que os checos arriscassem mais e concedessem mais espaços nas costas, mesmo que Portugal não tenha aproveitado bem, pecando no momento da finalização [3].
FERNANDO SANTOS PREPAROU SELEÇÃO PARA DEFENDER DE FORMA EFICAZ CONTRA EQUIPA COM TRÊS DEFESAS CENTRAIS