King Eusébio
çFoi lamentável, a entrevista concedida por Luís Filipe Vieira à CMTV. Reporto-me em especial à primeira, durante a qual se referiu a Eusébio da Silva Ferreira. Não quis nem quero saber se Eusébio era ou não amigo do peito de João Malheiro. Relevante, e foi dito pelo ex-presidente do Benfica, é que Eusébio era dependente do álcool. De uísque, mais concretamente. Foi feio! Foi triste! Foi deselegante!
Vieira não mentiu. Aliás, muita gente sabia desta dependência do King. Não era novidade, mas que me lembre nunca ninguém se referiu a ela publicamente. Muito menos um ex-presidente. Houve um, sim, que, conhecedor do problema, numa das renovações contratuais, fez o pagamento em bens... imóveis. E, julgo, colocando-os até em nome da mulher.
Mas mesmo sendo verdadeira esta dependência, que interesse tinha vir agora falar dela publicamente? Que pretendeu Vieira com isso? Atacar quem, Malheiro? Que importância tem no actual contexto da vida benfiquista? É por ser apoiante de Rui Costa? Será que um dia destes, Vieira vem novamente a público anunciar que o seu antecessor mais próximo também sofria do mesmo mal? Alegadamente, claro!
Eusébio, como Maradona ou Gascoigne e outros são ídolos e apesar dos defeitos continuarão a ser idolatrados. Não é fácil destruí-los ainda que os seus comportamentos tenham sido condenáveis e por vezes indesculpáveis. Os benfiquistas e os não-benfiquistas continuarão tratar Eusébio como o Pantera Negra, o King. Em todo o Mundo continuar-se-á a admirar as suas qualidades como jogador de futebol. Eusébio continuará na História a ser um génio. Vieira ficará na História como aquele que o quis destruir.