PORTO DE HONRA DÁ LUTA
Dragão suspira de alívio em casa, frente a um Benfica que só fez cinco pontos no 3.º período
O FC Porto conseguiu espremer todo o sumo do fator casa para dar um ar da sua graça e evitar que o Benfica selasse o campeonato com três triunfos consecutivos na final do playoff da Liga Betclic, mas, pese embora o desequilíbrio que o resultado final espelha (65-47), tal foi a desinspiração dos encarnados após o descanso, nem tudo foi um mar de rosas para os dragões. A começar pela grave lesão que Mike Morrison sofreu – rotura completa do tendão rotuliano do joelho direito – a cerca de um minuto e meio do final do equilibrado primeiro período. Impedimento
com um tremendo impacto anímico nos dragões: o poste norte-americano teve de ser retirado do recinto em ombros e hoje será operado, pelo que já não joga mais esta época.
Momento confrangedor que também teve repercussões estratégicas nos portistas, dada a necessidade do técnico Moncho López em adaptar a equipa a um desenrolar sem uma unidade nevrálgica, numa partida sem margem para o erro.
Certo é que a adversidade serviu de elemento agregador para o conjunto portista. Fazer das tripas coração é uma expressão que encaixa como uma luva à regularidade que os dragões conseguiram patentear no resto do jogo frente a um Benfica que também nunca pareceu estar em alta rotação, mas praticamente desapareceu após o descanso.
A formação orientada por Norberto Alves foi para o descanso com uma desvantagem de apenas quatro pontos (37-33), só que pagou muito caro a ineficácia evidenciada no reatamento. Contas feitas, o conjunto da Luz apenas foi capaz de somar cinco pontos no terceiro período, onde, tanto encarnados como portistas, apenas conseguiram converter um lançamento de três pontos.
Lacunas nos ressaltos e nos lançamentos interiores ajudam a dar corpo à desaceleração do Benfica. Erro de comportamento com um custo elevado, dada a postura de dinâmica que os portistas exploraram ao máximo para, paulatinamente, ampliarem a margem de conforto até aos 12 pontos. Almofada razoável para a gestão que os dragões adotaram na reta final, na perspetiva de explorar os erros da velocidade que o Benfica estava obrigado a colocar em prática na corrida pelo prejuízo.
Armadilha tática sem surpresas, mas plena de sucesso perante a falta de discernimento do Benfica que continuou a evidenciar em todas as latitudes, mas, principalmente, pelo abalo psicológico inerante à pressão do cronómetro.
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