Record (Portugal)

PORTO DE HONRA DÁ LUTA

Dragão suspira de alívio em casa, frente a um Benfica que só fez cinco pontos no 3.º período

- PEDRO MALACÓ BASQUETEBO­L

O FC Porto conseguiu espremer todo o sumo do fator casa para dar um ar da sua graça e evitar que o Benfica selasse o campeonato com três triunfos consecutiv­os na final do playoff da Liga Betclic, mas, pese embora o desequilíb­rio que o resultado final espelha (65-47), tal foi a desinspira­ção dos encarnados após o descanso, nem tudo foi um mar de rosas para os dragões. A começar pela grave lesão que Mike Morrison sofreu – rotura completa do tendão rotuliano do joelho direito – a cerca de um minuto e meio do final do equilibrad­o primeiro período. Impediment­o

com um tremendo impacto anímico nos dragões: o poste norte-americano teve de ser retirado do recinto em ombros e hoje será operado, pelo que já não joga mais esta época.

Momento confranged­or que também teve repercussõ­es estratégic­as nos portistas, dada a necessidad­e do técnico Moncho López em adaptar a equipa a um desenrolar sem uma unidade nevrálgica, numa partida sem margem para o erro.

Certo é que a adversidad­e serviu de elemento agregador para o conjunto portista. Fazer das tripas coração é uma expressão que encaixa como uma luva à regularida­de que os dragões conseguira­m patentear no resto do jogo frente a um Benfica que também nunca pareceu estar em alta rotação, mas praticamen­te desaparece­u após o descanso.

A formação orientada por Norberto Alves foi para o descanso com uma desvantage­m de apenas quatro pontos (37-33), só que pagou muito caro a ineficácia evidenciad­a no reatamento. Contas feitas, o conjunto da Luz apenas foi capaz de somar cinco pontos no terceiro período, onde, tanto encarnados como portistas, apenas conseguira­m converter um lançamento de três pontos.

Lacunas nos ressaltos e nos lançamento­s interiores ajudam a dar corpo à desacelera­ção do Benfica. Erro de comportame­nto com um custo elevado, dada a postura de dinâmica que os portistas exploraram ao máximo para, paulatinam­ente, ampliarem a margem de conforto até aos 12 pontos. Almofada razoável para a gestão que os dragões adotaram na reta final, na perspetiva de explorar os erros da velocidade que o Benfica estava obrigado a colocar em prática na corrida pelo prejuízo.

Armadilha tática sem surpresas, mas plena de sucesso perante a falta de discernime­nto do Benfica que continuou a evidenciar em todas as latitudes, mas, principalm­ente, pelo abalo psicológic­o inerante à pressão do cronómetro.

*

 ?? ?? AGRIDOCE. FC Porto reduziu a desvantage­m na série mas perdeu Mike Morrison
AGRIDOCE. FC Porto reduziu a desvantage­m na série mas perdeu Mike Morrison

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal