Cruzada energética
Novo passo rumo a 2035, para final da venda de automóveis novos a gasolina e a gasóleo
O combate pela diminuição das emissões de CO2 na União Europeia conheceu esta semana novos desenvolvimentos. O Parlamento Europeu votou favoravelmente (339 a favor; 249 contra e 24 abstenções) a proposta apresentada em julho de 2021 pela Comissão Europeia, que inclui a proibição de venda de veículos novos com motor de combustão (gasolina e gasóleo) a partir de 2035.
A votação dos eurodeputados em Estrasburgo não tem ainda força de lei. Os 27 estados membros vão discutir o tema relativo ao setor automóvel no final do mês e só depois, no segundo semestre de 2022, as eventuais normas serão negociadas entre os três órgãos da UE – comissão, parlamento e conselho europeu.
Os estudos utilizados para justificar a proposta da Comissão Europeia indicam que o automóvel é responsável por 12 por cento do total de emissões dos gases com efeito de estufa – 20,4 por cento para o total do transporte rodoviário; 3,8 por cento para a aviação e 4 por cento para o transporte marítimo.
Se a norma vingar e tiver força de lei no espaço dos ‘27’, a partir de 1 de janeiro de 2035 a UE só permite vendas de carros novos que sejam 100 por cento elétricos.
À distância de 13 anos, as dúvidas são imensas.
Não na forma como os construtores estão a preparar-se (leia-se investimentos de milhares de milhões de euros) e nas estratégias já definidas, mas na execução objetiva desse ‘novo ambiente’.
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia veio introduzir variáveis com reflexos desconhecidos (ver outra peça) e o espaço europeu, assinala a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, precisa de “aumento massivo do investimento em infraestruturas de carregamento”. Algo que está ainda ao nível de um bebé que aprendeu a gatinhar. *