A revolução de Salvador

Estando o País a ser fustigado pelo flagelo dos incêndios, até fica mal dizer que o futebol português está a arder. Mas o facto é que os grandes estão desavindos; a Liga e a FPF regrediram para um estado de guerra surda que fez regra no passado; os papagaios e cartilheiros ‘malabaram’ a honestidade intelectual e a decência com as suas indignações seletivas, fazendo subir a crispação em prol da caça ao like na rede social. Neste cenário, é paradoxal que o único clube de topo que não está apertado financeiramente surja isolado no alerta para os riscos da perda de competitividade da Liga Bwin. A visão de António Salvador abala ainda quem não resiste a cair no vazio das polémicas inócuas. O Sp. Braga está crente de ter uma estrutura fortíssima à volta do presidente capaz de capitalizar a ansiada revolução mas, após o diagnóstico acertado, será necessário gerar consensos e mobilizar vontades para que a tal prova mais competitiva e imprevisível se torne uma realidade. Caso contrário, o descalabro de Portugal no ranking da UEFA tornar-se-á irreversível.

António Salvador é o rosto de um projeto de sucesso que não se conforma com o imobilismo. Recebe críticas consoante o grande que incomoda, mas no final do dia é sua a voz da liderança na batalha pelo futuro do futebol português.