Record (Portugal)

Conhecer o mercado dos adeptos A CRIAÇÃO DE UM SISTEMA RACIONAL, PRÁTICO E SIMPLES DE INFORMAÇÃO PODE SER A CHAVE DO SUCESSO DE MUITOS CLUBES DESPORTIVO­S E OUTRAS INSTITUIÇÕ­ES

- Daniel Sá Diretor Executivo do IPAM LUÍS MIGUEL HENRIQUE

Quem são os meus consumidor­es? Onde vivem? O que fazem? Qual a sua idade? Onde poderão ser expostos às minhas promoções? Quais as razões que os fazem comprar um bilhete?

Na resposta a estas perguntas

reside um dos pontos essenciais no processo de gestão de marketing desportivo. A criação de um sistema racional, prático e simples de informação pode ser a chave do sucesso de muitos clubes desportivo­s e outras instituiçõ­es.

Em Portugal, pouco tem sido feito até agora.

De qualquer modo, para a maioria das entidades envolvidas com o des- porto, principalm­ente para a fatia significat­iva de organizado­res de eventos e provas desportiva­s, o seu processo de pesquisa é baseado normalment­e numa base de dados já existente. Essa base de dados contém a informação natural, ou seja, nome, idade, morada, etc.

Penso que aqui o facto que se coloca

é o de rentabiliz­ar essa base de dados dando-lhe valor de forma a criar benefício para o utilizador. Um clube com cer- ca de 10.000 sócios pode certamente conseguir resultados positivos quando torna a sua base de dados mais dinâmica.

As fontes de pesquisa possíveis de analisar nesta área,

em Portugal, ainda não são muito fáceis de encontrar. A maioria das pesquisas estão diretament­e relacionad­as com aspe- tos ligados à prática do exercício físico e com a saúde do con- sumidor. Podemos, no entanto, conseguir alguma informação que seja relevante para as questões que se colocam num processo de marketing junto das federações das diversas modalidade­s ou de organizaçõ­es governamen­tais.

Tomar por base informaçõe­s secundária­s

pode e deve ser um caminho a seguir. Estamos a falar dos dados do Instituto Nacional de Estatístic­a (no caso de determinaç­ão do mercado potencial), das publicaçõe­s na imprensa, dos relatórios das universida­des com cursos ligados a esta área, entre outros.

Outro tipo de recolha de informação

pode ser assegurado através de estudos, inquéritos (aos sócios e simpatizan­tes, por exemplo), reuniões de grupo, entrevista­s a líderes e através do telefone.

Não devemos esquecer

que todas as decisões de marketing devem ter por base a pesquisa e recolha de informaçõe­s respeitant­es ao mercado. O sucesso ou insucesso de um produto ou serviço desportivo passa pela flexibilid­ade em relação ao tipo de informação disponível, bem como pela criativida­de na execução e controlo de um sistema de informação suscetível de ser representa­tivo do mercado e de todas as variáveis a ele inerentes.

Nenhum clube, hoje em dia,

compra jogadores por mera perceção. Os departamen­tos de scouting reúnem dossiers muito completos sobre qualquer jogador que incluem aspetos técnicos, táticos, físicos bem como avaliações psicológic­as e comportame­nto social e familiar. Quando tratamos de bilhetes, sócios, campanhas ou promoções os clubes devem seguir o mesmo princípio e tomar decisões com base em dados.

A BASE DE INFORMAÇÕE­S SECUNDÁRIA­S PODE E DEVE SER CAMINHO A SEGUIR

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