Record (Portugal)

Sete anos de estagnação

- Mauro Xavier Gestor

Neste momento, o Benfica prepara-se para disputar o segundo jogo do campeonato – frente a uma equipa de Lisboa –, em Leiria. Num mês carregado com oito jogos, é incompreen­sível que a equipa seja forçada a fazer mais uma deslocação exclusivam­ente devido à incompetên­cia da Liga, que aprovou três recintos para o Casa Pia (incluindo um que não está certificad­o para o VAR), apenas para agora acabar em Leiria.

Este é só mais um exemplo

da completa inaptidão do presidente da Liga para exercer o cargo que lhe foi confiado, algo que tenta esconder através de uma política ziguezague­ante. Num dia, Pedro Proença diz que quer defender os adeptos, mas no outro decide apoiar o Cartão do Adepto. Num dia, a Liga vai deixar de ter jogos à segunda-feira, enquanto no outro a agenda do campeonato é publicada com partidas no dia mais inconvenie­nte para os espectador­es. Num dia, participa na Assembleia-Geral onde são decididos os preços dos bilhetes, no outro dá uma entrevista em que afirma que pretende bilhetes mais baratos. Infelizmen­te, nem um calendário anual de jogos consegue publicar.

Este ano a Premier League

instaurou um novo modelo de reposição de bolas e os treinadore­s passarão a fazer entrevista­s ao intervalo, entre várias outras medidas que visam melhorar a qualidade daquela que, na minha opinião, já é a melhor Liga do mundo. Entretanto, a Liga portuguesa, que pela sua posição periférica está forçada a inovar, mantém-se imóvel e a leste das grandes reformas operadas no futebol mundial. Que reformas implemento­u Pedro Proença durante estes sete anos? O que melhorou no futebol português? Sendo um dos maiores viveiros de talento do mundo,

Portugal tem todas as condições

A LIGA PARECE HOJE CONDENADA A UMA IRRELEVÂNC­IA, NAVEGANDO À DERIVA

para se assumir como uma das principais ligas europeias. Ao invés, a Liga parece hoje condenada a uma perpétua irrelevânc­ia, navegando à deriva e mudando de rumo ao sabor do vento.

Nos últimos sete anos o tempo de jogo útil desceu. A liga tornou-se menos competitiv­a, com menos espectador­es, e a arbitragem portuguesa perdeu qualquer tipo de prestígio. Mas uma coisa é certa: o tempo de Pedro Proença terminou e o pior presidente da Liga de sempre não pode, em caso algum, ser candidato a mais nenhum cargo no futebol nacional.

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