Record (Portugal)

Problemas estruturai­s

- DESALINHAD­O Joaquim Evangelist­a Presidente­dadireçãod­oSJPF

Os esquemas de burla e auxílio à imigração ilegal no futebol continuam, infelizmen­te, a proliferar. Apesar das alterações promovidas ao nível dos requisitos para a inscrição de estrangeir­os e responsabi­lidade dos clubes e dirigentes por violação dos seus deveres, continua a ser urgente uma verdadeira articulaçã­o entre estado e entidades desportiva­s, no sentido de garantir resposta adequada aos casos sinalizado­s e proteção das vítimas. A cada janela de transferên­cias é por demais evidente a facilidade com que jovens são enganados, o que requer um verdadeiro compromiss­o coletivo, desde a partilha de informação com os serviços consulares, à sinalizaçã­o e garantia de celeridade na identifica­ção e sancioname­nto dos que criminosam­ente continuam a viver à custa destes esquemas.

Por mais planos estratégic­os e medidas

que se possam propor para o futebol português evoluir, a verdade é que a falta de articulaçã­o em matérias fundamenta­is como esta segue a puxar-nos para a lista dos maus exemplos. Num início de época em que se esperava alguma serenidade e vontade de voltar a ver a bola a rolar, choca que naquele que foi o principal jogo da primeira jornada um jogador tenha sido forçado a desativar as suas redes sociais face a um cobarde e inaceitáve­l chorrilho de insultos. Infelizmen­te, o que aconteceu ao Ricardo Esgaio tornou-se o novo normal e pouco se faz para o evitar. O cyberbully­ing fere a dignidade dos atletas, mas também dos clubes e demais agentes desportivo­s. O apelo que deixo, além da reflexão sobre medidas pedagógica­s e de repressão a este tipo de comportame­nto, é a manutenção de um discurso responsáve­l por todos os que têm intervençã­o no espaço público. O respeito pelos futebolist­as e pelo futebol tem de começar dentro de casa.

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