O difícil é a implementação
A PROPOSTA DO SP. BRAGA TEM O MÉRITO DE ATACAR DE FRENTE PROBLEMAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS, SUGERINDO MEDIDAS CONCRETAS, COM O OBJETIVO DE INCREMENTAR RECEITAS, COMPETITIVIDADE, ASSISTÊNCIAS E SUSTENTABILIDADE PARA TODOS
Sobre a égide “+ competitividade, + sustentabilidade” o Sp, Braga tomou a louvável iniciativa de apresentar proposta concretas com vista à reformulação da Liga de futebol profissional portuguesa.
Os 3.000 caracteres que o Record aqui me disponibiliza, não são obviamente suficientes para tratar o tema em questão como desejaria, pois estamos a falar tão só, de um dos vectores estratégicos mais importantes do futebol profissional português no próximo triénio, com o novo ‘Ciclo UEFA 2024’ e a futura centrali- zação dos direitos televisivos.
Obviamente que um documento destes não estará isento de lacunas, falhas e até de possíveis equívocos. Contudo,
contrariamente à boa pra- xis lusitana, vamos desta vez tentar “olhar para o copo meio cheio” e tentar concentrar a nossa atenção no que o documento de 70 páginas tem de positivo para o nosso desporto-rei.
Assim, como em muitos outros sectores, em Portugal te- mos o dom de ser fortíssimos no diagnóstico e até no planeamento. O busílis da questão é mesmo a histórica fraca capacidade de execução/implementação de medidas que todos têm a capacidade de aceitar como válidas, para doenças que a mesma globali- dade de gente identifica como corrosivas e degradantes do nosso bem- estar e/ou sucesso.
Há muito que o diagnóstico
do futebol profissional portu- guês está feito: Fraca competitividade, deficiente sustentabilidade financeira, crónica dependência de receita extraordinárias (nomeadamen- te venda de jogadores), fraca capacidade de retenção de ta- lento, assistências pífias em muitos estádios, etc.
A proposta do Braga tem o mérito de atacar de frente esses problemas, tentando incrementar receitas, competiti- vidade, assistências e sustentabilidade para todos.
Não sei se este será o modelo
certo ou não, mas com certeza que Pedro Proença e a LPFP têm agora em mãos o desafio (e a oportunidade) de não deixar cair esta iniciativa em saco roto ou esquecida numa qualquer gaveta com o passar do tempo. Não bastará repetir algumas das ideias numa qualquer intervenção mediática. É necessário passar das palavras e dos powerpoints aos actos. Às medidas concretas.
A LPFP e seu presidente deverão munir-se da coragem, independência, altruísmo, equidade, equilíbrio e foco na criação de valor necessários, com o objectivo maior de construir um verdadeiro legado para o futuro do futebol português. Só uma verdadeira equipa, liderada por um presidente altamente focado na sua missão, terá a capacidade de implementar as medidas que o futebol português carece.
Pedro Proença, ainda que
não o assuma, tem a legitima esperança de ser o próximo presidente da FPF e para tal alcançar, será aconselhado a não levantar grandes ondas, a nada revolucionar, a deixar andar, para que ‘tudo fique na mesma como a lesma’. Só que não é desses que reza a História, pois essa é feita com aqueles que ousam e quebram paradigmas.
AINDA QUE NÃO O ASSUMA, PROENÇA TEM A ESPERANÇA DE SER PRESIDENTE DA FPF