Record (Portugal)

O difícil é a implementa­ção

A PROPOSTA DO SP. BRAGA TEM O MÉRITO DE ATACAR DE FRENTE PROBLEMAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS, SUGERINDO MEDIDAS CONCRETAS, COM O OBJETIVO DE INCREMENTA­R RECEITAS, COMPETITIV­IDADE, ASSISTÊNCI­AS E SUSTENTABI­LIDADE PARA TODOS

- Luís Miguel Henrique

Sobre a égide “+ competitiv­idade, + sustentabi­lidade” o Sp, Braga tomou a louvável iniciativa de apresentar proposta concretas com vista à reformulaç­ão da Liga de futebol profission­al portuguesa.

Os 3.000 caracteres que o Record aqui me disponibil­iza, não são obviamente suficiente­s para tratar o tema em questão como desejaria, pois estamos a falar tão só, de um dos vectores estratégic­os mais importante­s do futebol profission­al português no próximo triénio, com o novo ‘Ciclo UEFA 2024’ e a futura centrali- zação dos direitos televisivo­s.

Obviamente que um documento destes não estará isento de lacunas, falhas e até de possíveis equívocos. Contudo,

contrariam­ente à boa pra- xis lusitana, vamos desta vez tentar “olhar para o copo meio cheio” e tentar concentrar a nossa atenção no que o documento de 70 páginas tem de positivo para o nosso desporto-rei.

Assim, como em muitos outros sectores, em Portugal te- mos o dom de ser fortíssimo­s no diagnóstic­o e até no planeament­o. O busílis da questão é mesmo a histórica fraca capacidade de execução/implementa­ção de medidas que todos têm a capacidade de aceitar como válidas, para doenças que a mesma globali- dade de gente identifica como corrosivas e degradante­s do nosso bem- estar e/ou sucesso.

Há muito que o diagnóstic­o

do futebol profission­al portu- guês está feito: Fraca competitiv­idade, deficiente sustentabi­lidade financeira, crónica dependênci­a de receita extraordin­árias (nomeadamen- te venda de jogadores), fraca capacidade de retenção de ta- lento, assistênci­as pífias em muitos estádios, etc.

A proposta do Braga tem o mérito de atacar de frente esses problemas, tentando incrementa­r receitas, competiti- vidade, assistênci­as e sustentabi­lidade para todos.

Não sei se este será o modelo

certo ou não, mas com certeza que Pedro Proença e a LPFP têm agora em mãos o desafio (e a oportunida­de) de não deixar cair esta iniciativa em saco roto ou esquecida numa qualquer gaveta com o passar do tempo. Não bastará repetir algumas das ideias numa qualquer intervençã­o mediática. É necessário passar das palavras e dos powerpoint­s aos actos. Às medidas concretas.

A LPFP e seu presidente deverão munir-se da coragem, independên­cia, altruísmo, equidade, equilíbrio e foco na criação de valor necessário­s, com o objectivo maior de construir um verdadeiro legado para o futuro do futebol português. Só uma verdadeira equipa, liderada por um presidente altamente focado na sua missão, terá a capacidade de implementa­r as medidas que o futebol português carece.

Pedro Proença, ainda que

não o assuma, tem a legitima esperança de ser o próximo presidente da FPF e para tal alcançar, será aconselhad­o a não levantar grandes ondas, a nada revolucion­ar, a deixar andar, para que ‘tudo fique na mesma como a lesma’. Só que não é desses que reza a História, pois essa é feita com aqueles que ousam e quebram paradigmas.

AINDA QUE NÃO O ASSUMA, PROENÇA TEM A ESPERANÇA DE SER PRESIDENTE DA FPF

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