Record (Portugal)

“O timing é meu e a Seleção não será influencia­da”

Capitão rebate críticas e garante que aquela devastador­a entrevista foi cálculo seguro

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Pela primeira vez a entrevista a Piers Morgan, na qual arrasou com o Manchester United, abrindo uma fenda a perder de vista na sua relação com os red devils, Cristiano Ronaldo apresentou-se ontem pela primeira vez perante a imprensa, neste caso antes do treino no complexo desportivo de Al Shahaniya, ‘base camp’ da Seleção Nacional. Os jornalista­s, que não o largam desde que aterrou no Qatar, incluindo os internacio­nais, puderam então colocar questões ao capitão de Portugal; e mesmo com auditório mais reduzido em relação aos dias anteriores, a conversa foi longa, com o avançado, de 37 anos, a rebater as críticas pelo seu ‘timing’ e a garantir que o cálculo… foi devidament­e assegurado.

“É o meu timing e não tenho de pensar nos outros. Tenho, sim, a certeza que [a entrevista] não vai influencia­r a Seleção, onde temos um balneário blindado e unido. Não nos vai abalar. Todos os jogadores, todo o staff – até os roupeiros – me conhecem e sabem aquilo que sou e penso. Conhecem-me desde os 11 anos”, atirou, com um semblante tranquilo, sem pressão de provar o que quer que seja, ainda mais com a experiênci­a adquirida e a atual idade: “Se tivesse de demonstrar algo com 37 anos e 8 meses, estaria preocupado. Depois

“SE TIVESSE DE DEMONSTRAR ALGO COM 37 ANOS E 8 MESES, ESTARIA PREOCUPADO”, DECLAROU RONALDO

do que eu já fiz e já ganhei, seria uma surpresa para mim. Claro que tenho de demonstrar o que sou ano após ano, opiniões toda a gente tem, mas será o Mundial a competição mais importante?” É uma interrogaç­ão no mínimo ‘sui generis’, mas aqui… é apenas responsabi­lidade. “É a maior em Mundiais?”, perguntou Record?

“Será o meu quinto [Mundial], mas, na verdade, a responsabi­lidade é a mesma desde que saí de casa, aos 11 anos, para ir viver em Lisboa. Sinto que sou uma pessoa mais observada que as outras, isso sim, mas responsabi­lidade tenho sempre, como jogador, amigo e pai. Isso é algo que faz parte do meu quotidiano. Gosto de ter mais responsabi­lidade, a pressão é sempre a mesma. Às vezes lido bem, outras vezes lido mal, não sou perfeito..., mas sinto capacidade para assumir as pressões”, atirou. *

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DECIDIDO. Astro português tem a pressão e a responsabi­lidade como ‘velhas amigas’

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