Paz para Ronaldo
De forma surpreendente, Cristiano Ronaldo surgiu na conferência de imprensa de ontem. Fez bem. Desta vez, não se refugiou no conforto das perguntas fáceis do amigo Piers Morgan, submetendo-se a um escrutínio mais global e independente. O apelo a que deixassem de fazer perguntas sobre ele aos colegas, por bem-intencionado que fosse, não fez grande sentido, até porque nunca disse estar incomodado com isso quando as perguntas eram sobre os seus feitos e recordes. Houve, porém, algumas ideias interessantes, entre as quais uma se destacou: “Mesmo que não conquistasse mais nenhum título até ao final da minha carreira, ficaria contente.”
Com esta frase, o que vemos é um CR7 a olhar em paz para o fim da carreira,
consciente de que aquilo que fez é mais do que suficiente para lhe dar o estatuto de melhor jogador da história do futebol português e um dos melhores da história. Mas tem sido precisamente esta atitude que lhe tem faltado nos últimos meses: desde o regresso a Manchester que parece sempre sentir-se acossado com as críticas, com uma permanente necessidade de responder, dentro e (sobretudo) fora de campo. Se estiver em paz, percebendo que não é o mesmo de há 10 anos, Cristiano Ronaldo será sempre melhor jogador e pessoa.