“Darwin dá vitalidade e espontaneidade”
José Perdomo descobriu avançado quando este tinha 12 anos e reforça crença no ex-Benfica
É no Qatar, a cerca de 13 mil quilómetros do Uruguai, que Darwin joga o primeiro Mundial da carreira. José Perdomo não percorreu uma distância tão grande, mas teve, há alguns anos, uma deslocação desgastante num fim de semana para ver com os próprios olhos o que tinha ouvido sobre Darwin Núñez, então com 12 anos. “Era treinador das camadas jovens do Peñarol. Tenho muitos conhecimentos no interior do Uruguai e disseram-me que havia um miúdo que jogava muito bem. Chegou-me essa informação e fui a Artigas. Fiz 600 quilómetros de autocarro, cheguei num sábado à noite, vi Darwin a jogar no domingo de manhã e voltei no domingo à noite. Quando o vi despertou-me algo diferente. O jogador uruguaio, por norma, tem compleição física, com muito músculo, mas Darwin era fraco e ‘esticado’ (risos). Mas tecnicamente era muito dotado, também tinha técnica de corrida. Nestas idades não se olha muito para a parte tática”, conta o uruguaio, ainda a trabalhar no departamento de prospecção do Peñarol, em declarações exclusivas a Record.
Os anos passaram e, em 2022, Darwin joga no Campeonato do Mundo depois de ter protagonizado uma transferência milionária: o Liverpool aceitou pagar 75 milhões de euros– mais 25 M€ em objetivos. “No Benfica esteve rodeado de boas pessoas. O treinador foi fundamental pelo apoio que lhe deu e Jürgen Klopp está a protegê-lo. Tem conquistado espaço num clube com tantas estrelas”, analisa José Perdomo. Um clube que fica para segundo plano. É altura de Mundial e, após o empate a zero com a Coreia do Sul, o Uruguai quer dar outra imagem frente a Portugal. “Espero muito de Darwin neste Mundial. Com todo o respeito por Suárez e Cavani, creio que não podem jogar juntos. A seleção precisa dele porque Darwin dá vitalidade e espontaneidade ao Uruguai. Tem 23 anos e muito para dar ao futebol”, atira José Perdomo. E aos 12 já tinha, segundo a visão deste treinador. *
“QUANDO O VI DESPERTOU-ME ALGO DIFERENTE. TECNICAMENTE ERA MUITO DOTADO, TAMBÉM TINHA TÉCNICA DE CORRIDA” JOSÉ PERDOMO, olheiro do Peñarol