Record (Portugal)

AULA DE BERNARDO SEM ‘RODRIGUINH­OS’

Criativo autoavalio­u-se, analisou exibição com o Gana e deu dicas sobre um Uruguai incerto

- DISCURSO ELOGIADO ATÉ POR FERNANDO SANTOS BRUNO FERNANDES. AL SHAHANIYA

Craque dentro das quatro linhas, Bernardo Silva mostrou ontem que um jogador também pode brilhar numa sala de imprensa. O criativo português foi o escolhido para fazer a antevisão do duelo com o Uruguai ao lado de Fernando Santos e fê-lo com tanta categoria que o selecionad­or até sentiu necessidad­e de lhe elogiar o discurso. “O Bernardo pode ser treinador. Podia estar aqui no meu lugar e respondia o mesmo que eu vou dizer”, brincou Fernando Santos, que depois ainda apelidou de “aula” a conferênci­a do camisola 10 português. E a lição de Bernardo Silva teve de tudo um pouco: autoavalia­ção, análise à exibição coletiva contra o Gana e raio-x ao rival que se segue, um Uruguai carregado de qualidade mas também algumas incertezas. “Não sabemos bem o que esperar. O Uruguai tem um ponto, não sabemos se nos vão pressionar mais alto, ou dar-nos a iniciativa de jogo... É uma equipa diferente do Gana. Até nos podem dar a iniciativa e no final do jogo vir mais para cima, podem começar mais pressionan­tes... Ou podem achar que perder é muito perigoso e ser muito defensivos o jogo todo. É esperar pelo que vai acontecer e reagir da melhor maneira perante as dificuldad­es”, considerou o médio, avisando ainda para os perigos de jogadores como Darwin ou Fede Valverde: “Precisam de pouco para fazer danos ao adversário. O Darwin é um jogador muito vertical, vamos ter dificuldad­es se perdermos bolas no meio e o deixarmos ir para a verticalid­ade. Temos de reagir bem à perda para controlar esses jogadores perigosos que nos podem correr nas costas.”

No plano mais pessoal, Bernardo Silva gostou do que fez frente ao Gana, mas não esconde que há sempre margem para oferecer mais ao coletivo. “Se sinto que posso dar mais apoio na frente, faço. Na parte defensiva faço a ligação, ‘puxo’ a malta da frente para fazer a ligação. Se este jogo pedir coisas diferentes, vou fazer o melhor para ajudar. Fiquei satisfeito com a minha exibição, porque nos momentos em que a equipa precisou, acho que estive lá. Se marco menos golos ou se faço menos assistênci­as, cabritos e fintas, isso é pouco relevante. Quero é que Portugal ganhe”, frisou o criativo, acrescenta­ndo que é “mais uma motivação” poder dedicar o triunfo à “grande pessoa e ao grande jogador” Danilo Pereira.

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“NÃO SABEMOS SE NOS VÃO PRESSIONAR MAIS ALTO OU DAR-NOS A INICIATIVA... SÃO DIFERENTES DO GANA”, AVISOU

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COLETIVO. Desvaloriz­ou plano pessoal em detrimento do bem comum: Portugal ganhar

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