Terror na defesa acabará hoje?
çEstou convencido que no jogo desta noite, com o Uruguai, vamos sofrer ainda mais do que na partida anterior. E nem preciso do nosso ‘flop’ no Mundial de 2018, aos pés de Cavani e companhia, ou da consistente exibição da ‘Celeste’ frente à Coreia do Sul para me assustar – a defesa da Seleção é susto que baste.
As minhas dúvidas começaram na escolha dos 26
e com Ricardo Carvalho no pensamento: no Europeu de 2016, com 38 anos – e José Fonte no banco – o central fez, em nove dias, os três desafios da fase de grupos e ‘rebentou’ em definitivo. Agora, preocupa-me a talvez demasiado rápida recuperação de Pepe, que dá a sensação de poder ‘acabar’ para o Mundial já hoje, no seu jogo de estreia. Mas também os recorrentes problemas físicos de Raphaël Guerreiro, no Borussia, e de Nuno Mendes, no
PSG, que tornariam recomendável a opção por Mário Rui, a atravessar excelente momento de forma. Depois, a pouca experiência de António Silva e Diogo Costa, este a confirmá-la com o monumental erro de quinta-feira. Finalmente, o facto de não me recordar de uma grande afirmação, na Seleção, da qualidade de João Cancelo. E para que o meu pessimismo se agravasse, o fim do Mundial para Danilo chegou antes da segunda jornada. É um filme de terror!
Na gestão de Fernando Santos
não são frequentes alterações de vulto nas escolhas habituais, pelo que duvido bastante, por exemplo, que Diogo Costa saia do onze titular – como se imporia porque fazer justiça a Rui Patrício seria uma boa forma de preservar o equilíbrio do coletivo. Mas a consistência da equipa uruguaia obrigará a Seleção a aumentar a intensidade, a melhorar a definição e a apostar num meio-campo ‘musculado’, já que corrigir a falta de profundidade parece uma impossibilidade – não há extremos e os laterais fogem ao um para um. Daí que após a ‘débacle’ defensiva com o Gana, eu alinhasse hoje com este 4x3x3: Rui Patrício; Dalot, Pepe, Rúben Dias e Nuno Mendes; Palhinha, William e Bruno Fernandes; Leão, Cristiano e Bernardo Silva. Mudanças a mais para o suave gosto do Engenheiro, penso de que.
A máquina destruidora não se detém.
Dias após o confronto com o Gana o ‘komentariado’ perorava ainda sobre o penálti que veio a resultar no 1-0 – assinalado pelo árbitro, confirmado pelo VAR e depois até pelos especialistas em arbitragem da FIFA. Também debaixo de fogo esteve a deficiente receção da bola que não permitiu ao capitão da Seleção abrir o marcador logo aos 10 minutos, bem como o alvo falhado, aos 13, num remate de cabeça lá do terceiro andar onde subiu ‘air Cristiano’ na leveza dos seus quase 38 anos. Já o golo limpo que lhe foi anulado à meia hora de jogo ficou esquecido no exercício de memória seletiva dos fregueses do costume. Que insistam na estupidez. Desde que as bolas entrem na baliza adversária, tudo o que tenham para nos divertir que venha.
Parágrafo final para dois ícones do desporto.
Um é, será sempre, Fernando Gomes, o maior símbolo do futebol portista, um goleador fabuloso e um gerador de amigos que nos deixa cedo. O outro é este jornal, que comecei a ler quando Artur Agostinho o dirigia e que viria a marcar as últimas duas décadas da minha vida. Completados 73 anos, Record continua e continuará a ser a grande referência da informação desportiva. Duplo chapeau!
APÓS O ERRO COLOSSAL DE DIOGO COSTA SERÁ A VEZ DE JOGAR RUI PATRÍCIO? HUM...