Record (Portugal)

Coração de Dragão

- ANDRÉ ANTUNES PEREIRA

Internacio­nal francês está em Portugal e a treinar-se no B SAD. Aos 31 anos, o central tem o foco no regresso aos relvados e garante estar pronto para aceitar e agarrar o desafio certo. Bicampeão com a camisola do FC Porto, com Vítor Pereira, lembra os anos gloriosos (e um golo icónico) na Invicta, onde aterrou depois de conhecer Sérgio Conceição na Bélgica. A final do Euro’2016 ainda dói, ao contrário da grave lesão no joelho direito. Em mente tem projetos e a vontade de ser treinador. ‘Culpa’ de Guardiola. O Mangala saiu do FC Porto há oito anos. Porquê este regresso a Portugal sem estar a jogar?

MANGALA - É verdade. já fez oito anos que saí… E para mim é emocionant­e. Passei grandes momentos em Portugal e tenho boas recordaçõe­s. Neste momento, também tenho projetos e negócios, alguns fora do futebol. O presidente do B SAD falou com o meu representa­nte para saber qual era a minha situação. Perguntou se eu poderia vir para treinar com eles. Têm um plantel com jogadores muito jovens e o meu papel é poder treinar e falar com eles, dar-lhes conselhos. Além disso, eu próprio preciso de treinar com um grupo. É muito diferente de treinar sozinho.

Mas pretende continuar a carreira e voltar a jogar, não?

M - Claro que sim! Tenho 31 anos. No futebol atual, com esta idade, somos jovens. Mas ao mesmo tempo parecemos velhos. Hoje em dia, os plantéis são muito mais jovens do que antes, mas vês jogadores a alto nível com idade muito mais avançada. Para mim, o mais importante é estar bem em termos mentais e físicos. E eu estou bem em ambos. Tive uma lesão grave, mas já ultrapasse­i. É verdade que estive muito tempo sem jogar regularmen­te, mas hoje estou bem e tranquilo. Sei que vou ter uma oportunida­de para voltar jogar e esse é o meu objetivo.

Saiu do Saint-Étienne no final da última época, após a descida à 2.ª liga francesa. Existiu a possibilid­ade de continuar?

M - Quando cheguei lá, em janeiro, era para tentar salvar o clube. Mas falhámos e, a partir daí, cada um seguiu o seu caminho. Não sei o que aconteceri­a se nos salvássemo­s, mas faz parte. Infelizmen­te descemos, mas agora só penso no presente e no futuro.

Mas teve propostas no verão?

M - Sim, tive várias. Mas não era aquilo que queria. Não senti que fosse para mim. Tenho confiança de que vai chegar a melhor oportunida­de para mim. O resto, só tenho de fazer o meu trabalho.

E se essa oportunida­de surgir aqui em Portugal? Gostava, por exemplo, de voltar ao FC Porto?

M - Neste momento, estou a treinar e a fazer a minha parte. O resto, só Deus sabe. Claro que o FC Porto é um clube que tenho no coração, todos sabem. Passei três anos incríveis lá, tenho grandes memórias, amigos… Se um dia puder voltar, claro que sim. Mas também há outros clubes e outras histórias para escrever. E eu estou convencido de que posso escrever uma nova história noutro clube.

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