A justiça do Mundial
çNum jogo sem casos, Portugal conseguiu vencer o Grupo H, mesmo perdendo com a Coreia do Sul. Numa competição com muitas surpresas, a tecnologia e a inovação estão a ajudar a tomar decisões com mais rigor e objetividade. E este Mundial, realizado num país que criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo, onde os direitos das mulheres são restringidos e onde terá havido negligências grosseiras na segurança dos trabalhadores que construíram os estádios, será também lembrado pela evolução social. Com efeito, na quinta-feira, a francesa e luso-descendente Stéphanie Frappart, tornou-se na primeira mulher a arbitrar um jogo num campeonato mundial de futebol masculino (Alemanha-Costa Rica).
A evolução nas práticas sociais tem consequências individuais e psicológicas. O empoderamento das mulheres tem um efeito potencial de modelagem, normalizando a afirmação do sexo feminino em lugares de poder e de tomada de decisão.
O dia 1 de dezembro ficará na história do papel da mulher na sociedade e no desporto. Importa, ainda assim, lembrar uma esmagadora maioria de homens que, diariamente, em todo o mundo, colocam em risco a sua vida e a sua saúde para construir e manter infra-estruturas e serviços básicos de habitação, energia e transportes. Vencemos todos quando colocamos na ordem do dia a defesa dos direitos das mulheres e da comunidade LGBT, a par com a defesa intransigente da segurança física e psicológica de qualquer trabalhador. *
VENCEMOS TODOS QUANDO DEFENDEMOS OS DIREITOS DAS MULHERES E DA COMUNIDADE LGBT