Mbappé e a lei do mais forte
çChegados a meio dos oitavos-de-final, numa altura em que faltam apenas 12 jogos para acabar o Mundial, já há dados suficientes para fazer alguns balanços.
Esta fase a eliminar tem sido o reino da lógica,
com a lei do mais forte a imperar. Até agora, todos os vencedores de grupos da primeira etapa da competição passaram aos quartos de final, e sempre com relativa facilidade (apesar do susto argentino). Isto pode ser um bom prenúncio para Portugal, que também venceu o seu grupo, e que em princípio parte como favorito para o duelo com os suíços.
A hierarquia entre as melhores seleções
também parece estar já definida, com os franceses alguns passos à frente de toda a habitual concorrência.
Os fundamentos do jogo francês
são equivalentes aos de outras seleções, incluindo a portuguesa. O jogo é baseado na circulação em todo o campo, na progressão em passes curtos ou muito seguros, e numa defesa centrada na ocupação do espaço relevante em frente à baliza e na zona da bola.
Porém, o fator que estabelece uma hierarquia
é Mbappé, que está na fase ascendente da carreira, ao contrário de Messi, Ronaldo ou Neymar.
Desde 1962 que um campeão do Mundo
não ganha duas vezes seguidas. Nesse ano, o Brasil, derrotou, na final, a Checoslováquia por 3-1, em Santiago do Chile, e tornou-se o segundo bicampeão da História (a Itália tinha ganho 34 e 38, noutro contexto). Com Mbappé, 50 anos depois, a atual campeã do Mundo é forte candidata a revalidar o título conquistado na Rússia. A forma que Mbappé tem exibido em campo indicia que vai ser muito difícil derrotar a equipa gaulesa. Ora, se Portugal afastar a Suíça, deve ter a Espanha, e depois a França no seu caminho. Passa pela equipa de Fernando Santos contrariar a lei do mais forte e evitar de novo a marcha triunfal em Paris. Não seria a primeira vez.