O Mundial de Enzo
çHá muitas formas de ter sucesso, mas nunca haverá melhor caminho para lá chegar do que a força coletiva. Esse é o exemplo que tem sido dado pela Argentina, que conseguiu fazer do seu grupo uma rocha, um espaço sagrado, uma família. A derrota surpreendente no primeiro jogo, frente à Arábia Saudita, apenas veio reforçar esses princípios coletivos da seleção de Scaloni. Num momento delicado, uniram-se ainda mais, jogaram abraçados, foram 11 irmãos em campo. Por vezes, é essa união que acaba por fazer a diferença e definir o caminho para a glória. Uma nota ainda para o rendimento de Enzo Fernández no Qatar, onde está a ser, na minha opinião, o melhor jogador jovem do Mundial. Muito mérito do Benfica na forma como, em boa hora, conseguiu antecipar-se a todos os tubarões europeus que, em breve, vão fazer fila à porta do Estádio da Luz.
Quanto a nós, Portugal, temos alternado bons momentos com algumas dúvidas. Não será a derrota diante da Coreia que nos irá abalar a convicção de que, desta vez, podemos mesmo fazer história. Existe qualidade para isso e a única coisa que amanhã interessa, frente à Suíça, é entrar de cabeça limpa e provar que o desaire da última sexta-feira foi apenas um acidente de percurso. E foi mesmo.
O Mundial ainda vai a meio, mas já se pode destacar a enorme qualidade da competição, uma das melhores de sempre. Muito equilíbrio em quase todos os jogos, com seleções de “segunda linha” (como Japão, Arábia Saudita, Camarões, Tunísia e Coreia) a vencerem vários candidatos ao título. Impressionante! E o melhor ainda está para vir, porque, pelo que se tem visto, os quartos de final prometem ser um cartaz de luxo!