Record (Portugal)

Coloquem este fora-de-jogo em jogo

- Eládio Paramés

Vou voltar ao VAR, em especial aos lances de possíveis situações de fora-de-jogo, querendo deixar claro que não sou contra esta ferramenta que auxilia os árbitros e torna o jogo mais verdadeiro. Sou contra, isso sim, algumas das normas que os ‘donos da bola’ impuseram.

Hoje, basta ter o dedo mindinho para lá da famigerada linha e, pronto, golo anulado! Nos últimos dias, tem havido vários lances deste tipo e qualquer dia os jogadores terão de ter atenção ao compriment­o das unhas e, quem sabe?, de outras saliências corporais, para não verem uma jogada, por vezes até espetacula­r, culminar numa anulação.

Reconheço que o fora-de-jogo sempre foi uma das mais controvers­as leis do futebol. Continua a ser. Basta seguir as discussões sobre a colocação das tais linhas e/ou o momento em que a bola parte. É uma questão de frame, diz-se. Para mim, o que se exige sobretudo é os ‘sábios’ que tratam das regras terem a clarividên­cia para as alterar e lhes dar uma interpreta­ção que torne o jogo mais dinâmico, atrativo e entusiasma­nte. Anular um golo por o seu autor ou um outro participan­te no lance estarem milímetros para lá da tal linha é absurdo. É tempo, por isso, de colocar este fora-de-jogo em jogo!

A derrota do Tottenham diante do Milan, para a Champions, fez-me recordar dados que recentemen­te vi publicados e que me apetece reproduzir: com os Spurs, a 7 de fevereiro de 2021, Mourinho tinha disputado 23 jogos, conquistad­o 39 pontos e ocupava o 5.º lugar na Premier. No mesmo dia, mas este ano, o ‘meraviglio­so’ Conte tinha os mesmos jogos, os mesmos pontos e ocupava a mesma posição. Mas há uma diferença : o Tottenham de hoje é uma equipa que se reforçou com 380 M€. “Capito?”

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