DO EXEMPLO DA CAPITÃ AO REALISMO DE NETO
Ana Borges começou nos pelados e agora espera concretizar o sonho de jogar num Mundial
Há um sonho assumido pela Seleção Nacional feminina e, a poucos dias do jogo decisivo para a abertura da porta mais desejada, ninguém esconde uma “ansiedade tranquila”. Das mais experientes a quem não costuma estar envolvida nos trabalhos da equipa, as 25 escolhidas por Francisco Neto têm consciência de que o mais importante dia das suas carreiras internacionais está prestes a chegar. Decerto que muitas delas (talvez a esmagadora maioria), nunca terão pensado, até há poucos anos, na hipótese de Portugal
estar na fase final de um Mundial feminino de futebol. Como a consagrada Ana Borges, que, há quinze anos, iniciava na Fundação Laura Santos uma carreira de sucesso que a projetou para o estrangeiro e para a Seleção, onde é uma das capitãs e a mais internacional de sempre (153). “Quando comecei, jogava em terrenos pelados e nos distritais. Na altura não imaginava que podia chegar um dia a jogar na seleção nacional”, começou por dizer a Record a polivalente jogadora de 32 anos. De Gouveia, a sua terra natal, aos relvados da Nova Zelândia, fica um rasto de qualidade e irreverência que a levou a Espanha (Prainsa Zaragoza e Atlético Madrid), aos Estados Unidos da América (Blue Heat) e a Inglaterra (Chelsea). Agora no Sporting, Ana Borges personifica a máxima ambição da equipa das quinas, num projeto que o próprio selecionador reconhece estar longe do seu final. “Disputar o acesso a um Campeonato do Mundo é um momento histórico para nós, difícil até há bem pouco tempo, porque só havia nove vagas para a UEFA”, realçou.
Por seu lado, o selecionador Francisco Neto alerta que o mais importante neste momento é que Portugal “se foque no processo” de modo a carimbar o apuramento para o Campeonato do Mundo.
O jogo da próxima quarta-feira, em Hamilton, frente a Camarões ou Tailândia é a chave da porta dos sonhos.
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