PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O SACO AZUL
Quando começou?
R - Foi desencadeado em 2018 pela Autoridade Tributária, depois de um alerta bancário. A 5 de junho daquele ano, a investigação fez buscas domiciliárias e não domiciliárias. Na Luz, estiveram 25 inspetores da Polícia Judiciária. Na altura, a PGR investigava crimes de branqueamento e fraude fiscal. Segundo as águias referiram no comunicado, o “Ministério Público abandonou a tese inicial de branqueamento de capitais”.
P – O que investiga?
R - A Autoridade Tributária desconfiou de faturação excessiva de uma empresa de consultoria informática, a ‘Questão Flexível’, de José Bernardes: durante seis meses, perto de 1,650 milhões de euros terão saído de contas da SAD e da Benfica Estádio para pagamento de serviços alegadamente nunca prestados.
A 6 de junho de 2018, este foi o comunicado da PGR: “No âmbito de um inquérito, em que se investigam os crimes de branqueamento e fraude fiscal, foram emitidos três mandados de busca domiciliária e cinco não domiciliárias, de entre estes, dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA. Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660,00€, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário. Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica.”
P – Quem são os implicados?
R – Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, Miguel Moreira, José Bernardes, José Raposo, Paulo Silva, Benfica SAD, Benfica Estádio e Questão Flexível. Os dois primeiros, de acordo com a investigação da Polícia Judiciária, diziam “assinar de cruz” os contratos e atribuíram a Miguel Moreira o conhecimento do serviço contemplado nos contratos.
P – Que consequências poderá
sofrer o Benfica?
R – Na melhor das hipóteses, será multado e terá de devolver dinheiro ao Estado. Para já, no âmbito deste processo, parece posta de parte a possibilidade de o dinheiro ter sido usado para corrupção desportiva. Mas a nível individual, Domingos Soares de Oliveira, co-CEO da Benfica SAD, poderá vir a ser suspenso das atuais funções.