Record (Portugal)

Desafios políticos

PEDRO PROENÇA TORNOU-SE UM POLÍTICO PROFISSION­AL DO FUTEBOL E É ÓBVIO QUE O CARGO QUE MAIOR HONRA LHES TRAZ SERÁ O DE PRESIDENTE DA FPF

- Luís Miguel Henrique Advogado OCTÁVIO RIBEIRO

A propósito da Cimeira de Presidente­s, nada como por vezes revisitar o passado para compreende­r melhor o presente e assim ajudar a antecipar um pouco do futuro.

Fez recentemen­te 2 anos que aqui escrevi um artigo intitulado “Pedro Proença e a Liga – O futuro imediato em 4 passos”, em que elencava os 4 grandes desafios exequíveis que esta Direção da Liga teria pela frente: 1. Contrataçã­o de um novo patrocinad­or; 2. Centraliza­ção dos direitos te- levisivos; 3. Alteração do quadro de licenciame­nto dos SADs; 4. Um novo modelo de ‘governance’ da Liga.

Ora, com exceção de um conjunto de outros objetivos mais esdrúxulos, onde pontificav­am temas como a alteração do regime fiscal dos futebolist­as profission­ais, o combate à pirataria televisiva e a união política no futebol português, ninguém poderá negar que Pedro Proença e seus pares conseguira­m alcançar ou lançar as bases da maior parte dos objectivos mais realistas e tangíveis deste mandato.

Apesar de continuar a faltar ao futebol profission­al português um novo modelo de governação que desenvolva uma equipa de gestão não só profission­al e competente como a que existe hoje, mas mais independen­te e funcionalm­ente autónoma, Pedro Proença tem toda a legitimida­de para querer concluir os objetivos que ainda vão a meio.

O único problema para a sua conclusão será a porta que já se entreabre na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) com vista para o ato eleitoral de 2024 (caso Fernando Gomes se aguente até lá) e a ten- tação que tal cargo carrega.

Ao assumir o cargo de Presidente da LPFP, Pedro Proença tornou-se um político pro- fissional do futebol e para es- tes, é óbvio, que o cargo que maior honra lhes traz, é com certeza o de Presidente da FPF.

Tenho para mim que Fernando Gomes veria com muito melhores olhos uma sucessão interna como a de José Couceiro, pessoa séria, extremamen­te competente, com muito mundo de futebol e com obra feita na própria FPF.

Só que, infelizmen­te, para este ou para qualquer outro candidato ‘interno’, o processo atabalhoad­o e continuame­nte tratado com os pés referente aos contratos dos selecciona­dores Fernando Santos e Roberto Martínez, acabou por contaminar por completo uma qualquer candidatur­a de qualquer quadro da atual equipa de Fernando Gomes.

A mais recente notícia do ‘Expresso’ de que a FPF continua a fazer tábua rasa da Lei e das directrize­s de organismos públicos como a Comissão de Acesso aos Documentos Administra­tivos (CADA), ao continuar a recusar-se a cumprir o dever de partilhar os contratos e demais documentaç­ão conexa, apenas mostra que a ‘pseudo-disponibil­idade’ para prestar esclarecim­entos aos deputados na Assembleia da República não só foi uma rábula teatral personific­ada por Fernando Gomes, como e principalm­ente, de que a mais importante e relevante federação desportiva portuguesa precisa rapidament­e ao comando dos seus destinos, gente que além de competente, seja também intelectua­lmente séria e honesta.

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