“Era impossível recusar Portugal”
Roberto Martínez abriu o livro às questões feitas pelos portugueses e assumiu desafio
Falou, pela primeira vez, enquanto entrevistado, e, através das plataformas da FPF, respondeu às perguntas deixadas pelos adeptos portugueses. Roberto Martínez começou por (voltar a) explicar o que o levou a aceitar o desafio de assumir o comando técnico de Portugal. “Penso que é claro: a grande reputação que a Seleção tem a nível mundial, com jogadores muito competitivos. Quando orientava a Bélgica, joguei contra Portugal por duas vezes [um particular em Bruxelas e outro no Euro’2020, em Sevilha] e vi o grupo de futebolistas que Portugal tem. Depois, foi conhecer a estrutura, que é muito importante; o profissionalismo, conhecer o presidente. Era um projeto impossível de recusar.” Desafiado a pronunciar-se sobre o seu estilo de jogo e qual o resultado que preferia, Martínez não hesitou. “Gosto de ter uma equipa de ataque e que marque golos para ganhar. Jogar bem, sem ganhar, não existe. Portanto, é claro. Prefiro ganhar 5-4 do que 1-0”, disparou, antes de avaliar a atualidade internacional: “Os tempos recentes apresentaram uma situação inédita no futebol internacional, porque nunca tínhamos tido uma grande competição no inverno [Mundial do Catar], por isso houve algumas mudanças, nomeadamente a qualificação para um Europeu quando a época continua, mas espero o mesmo: não há margem de erro e nenhuma equipa nos vai facilitar o trabalho, teremos de estar muito preparados. Tenho experiência de 28 jogos de qualificação.” “Temos como perspetiva o Mundial’2026 e até lá tempo para crescermos juntos. Mas começa tudo com os jogos de qualificação para o Europeu, por isso os jogos de março são muito importantes. Já tive a oportunidade de conhecer alguns jogadores, há um grande amor pela Seleção e o compromisso é total. É a forma perfeita de começar a fazer um grupo que possa dar esperanças a todos aos adeptos”, observou, para prosseguir: “Todos os jogadores têm qualidades relevantes, mas a nível internacional não há margem de erro, por isso poder aproveitar essa pressão, a intensidade de um jogo internacional é o que faz um jogador de Seleção. E parece-me que o jogador português tem essa habilidade – está feito para ser competitivo, para estar em grandes competições, temos muitas boas opções, mais de 50 jogadores nas cinco grandes ligas do Mundo e isso torna-nos muito competitivos.” Roberto Martínez deixou ainda uma saudação especial: “É a primeira qualificação para o Mundial feminino, é histórico. O Francisco Neto está a fazer um grande trabalho.”
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“JÁ TIVE OPORTUNIDADE DE CONHECER ALGUNS JOGADORES, HÁ GRANDE AMOR PELA SELEÇÃO E COMPROMISSO É TOTAL”