Record (Portugal)

Bater no bombo

- PAIXÃO PRAGMÁTICA Mauro Xavier Gestor

Não foi só dentro de portas que o Benfica se fez gigante. De Berna e Amesterdão, nos anos 60, até às vitórias categórica­s contra Barcelona e Juventus nas últimas duas épocas, a história do Benfica faz-se de grandes noites europeias. Vencendo hoje o Club Brugge, o Glorioso tornar-se-á no quarto conjunto com mais presenças nos quartos-de-final da principal competição europeia de clubes, apenas atrás de Real Madrid, Barcelona e Bayern.

Perante as colossais diferenças de orçamento, é difícil exigir ao Benfica que ultrapasse os quartos-de-final. Mas, com Roger Schmidt, os benfiquist­as puderam voltar a sonhar. Podemos não ter o maior orçamento, mas ninguém tem a nossa fome de vitórias. Podemos não ser a equipa mais badalada, mas ninguém arrasta massas pela Europa como nós.

O futuro passará, cada vez mais, pelas competiçõe­s europeias. Com a nova Champions League e o aumento de prémios, será fundamenta­l ser competitiv­o para evitar a relegação para uma segunda liga europeia. Como tal, é essencial que não só o Benfica, mas também os restantes conjuntos portuguese­s consigam passar as respetivas eliminatór­ias, de forma a proteger o futebol nacional.

Infelizmen­te, não é simples manter um espírito de competitiv­idade saudável quando somos repetidame­nte confrontad­os com provas da desonestid­ade dos nossos adversário­s. Esta semana, descobrimo­s que o Tribunal da Relação do Porto considerou que o emblema azul e branco tinha roubado segredos de negócio do Benfica. Infelizmen­te a FPF, que no Artigo 57.º do seu Regulament­o Disciplina­r prevê a exclusão da competição para qualquer emblema que utilize informação privilegia­da a seu favor, não tem esta norma aplicada ao futebol profission­al, mais

A PASSAGEM DO FC PORTO AOS QUARTOS-DE-FINAL SERIA UMA BÊNÇÃO NO SORTEIO

uma vez o crime continua a compensar.

Apesar de tudo, a passagem do FC Porto aos quartos-de-final seria uma bênção no sorteio: não só teríamos a primeira oportunida­de para ver o Benfica enfrentar a equipa “que toca bombo” com árbitros estrangeir­os, como talvez o FC Porto decidisse repetir o exemplo seguido contra Marítimo e Estoril, pagando o valor em dívida no dia do jogo. Contra aqueles que estão dispostos a quebrar a lei para nos prejudicar, nós respondemo­s dentro das quatro linhas. Está na hora de bater no bombo sem um campo inquinado.

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