Record (Portugal)

Um atentado em marcha

- Joaquim Evangelist­a Presidente d adir eçãodo SJPF

O Sindicato dos Jogadores foi ouvido no parlamento a propósito do Projeto de Lei n.º 348/XV, da iniciativa do PS, que pretende alterar o regime de reparação dos acidentes de trabalho dos praticante­s desportivo­s profission­ais. Na ótica dos praticante­s, são tantos os aspetos negativos a salientar que é difícil fazer uma síntese, sendo que as inconstitu­cionalidad­es gritantes e afrontas às garantias de qualquer trabalhado­r em Portugal juntam-se à falta de proteção dos nossos atletas no pós-carreira e em situação de doença.

A proposta entende que a atividade dos desportist­as profission­ais é uma realidade homogénea, em que todos têm uma retribuiçã­o acima da médica, o que só por si é totalmente desfasado da realidade. A partir deste princípio que norteia o documento só existe um objetivo, diminuir garantias: nas compensaçõ­es a pagar aos atletas sinistrado­s, no número de acidentes de trabalho a reparar, deixando de fora determinad­as incapacida­des ou, ainda, na limitação temporal ao exercício de determinad­os direitos, como é o caso da revisão da incapacida­de, ignorando a evolução clínica do sinistrado. A pressão exercida pelas seguradora­s em relação ao aumento dos prémios de seguro foi decisiva para chegarmos até aqui, mas este já não é o tempo dos lóbis, é o momento de apelar aos deputados envolvidos no processo para que compreenda­m exatamente a implicação prática das alterações em cima da mesa e violação clara de garantias constituci­onais, desconstru­am a visão apresentad­a da atividade dos praticante­s desportivo­s profission­ais e impeçam um desfecho que não pode merecer outra reação dos destinatár­ios desta lei, que não o protesto e a luta pelos seus direitos. É urgente inverter este caminho.

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