“É preciso que haja oportunidades iguais”
Sónia Bompastor, treinadora do Lyon, realça as dificuldades da mulher no futebol
O futebol feminino tem evoluído a olhos vistos um pouco por todo o Mundo e não apenas dentro das quatro linhas. O papel da mulher dentro do futebol é cada vez mais importante e foi precisamente esse o ponto de partida do ‘Football Talks + Extra Time’, evento realizado ontem na Cidade do Futebol e que contou ainda com uma mesa-redonda composta por Vanda Sigurgeirsdóttir (líder da federação da Islândia), Nuria Martínez Navas (team manager da seleção espanhola) e Raquel Rosa (agente de jogadores), com moderação de Andreia Candeias, pivô da CMTV. Sónia Bompastor, treinadora francesa do Lyon, atual detentor
PAPEL FEMININO CADA VEZ MAIOR NUM “DESPORTO DE HOMENS” FOI O PONTO DE PARTIDA DO EVENTO
da Liga dos Campeões, também marcou presença e não esqueceu a sua forte ligação a Portugal. É filha de pais da Póvoa de Varzim e lembrou, em bom português, que “o mais importante é viver os sonhos logo em pequenina” mas que, no entanto, “é preciso que haja oportunidades iguais”, aconselhando as mulheres a “rodearem-se de pessoas que lhes possam dar o máximo de apoio”. De resto, assumiu-se contente pela evolução e dá o exemplo dos duelos da formação gaulesa com o Benfica na Champions. “Jogámos contra o Benfica e na altura ganhámos os dois jogos por uma grande diferença [por 5-0 em ambos], mas este ano já vimos o Benfica a fazer jogos mais interessantes em termos de competição com o Bayern, o que demonstra que o futebol feminino e os clubes portugueses estão a crescer muito. Parabéns também à Seleção Nacional, fico muito feliz por jogarem o Mundial.
O apoio da Federação é muito importante e se as mulheres receberem esse apoio, vão fazer coisas muito boas”, concluiu.
Competência sem género
À conversa com Record, Kika Nazareth, jogadora do Benfica e da Seleção Nacional, destacou a importância deste tipo de eventos. “Ter aqui quatro mulherões que representam federações, jogadores, seleções… é um choque de realidade. É mau porque não devia ser um choque, mas é bom para começarem a perceber que o importante é a competência e que o Mundo é para todos. Não é por sermos mulheres, por termos cabelo mais comprido ou por isto ou aquilo. Se a presidente da federação islandesa é competente, não há que enganar, não há distinção”, vincou. *