Record (Portugal)

“É preciso que haja oportunida­des iguais”

Sónia Bompastor, treinadora do Lyon, realça as dificuldad­es da mulher no futebol

- FOOTBALL TALKS + EXTRA TIME FRANCISCO GUERRA

O futebol feminino tem evoluído a olhos vistos um pouco por todo o Mundo e não apenas dentro das quatro linhas. O papel da mulher dentro do futebol é cada vez mais importante e foi precisamen­te esse o ponto de partida do ‘Football Talks + Extra Time’, evento realizado ontem na Cidade do Futebol e que contou ainda com uma mesa-redonda composta por Vanda Sigurgeirs­dóttir (líder da federação da Islândia), Nuria Martínez Navas (team manager da seleção espanhola) e Raquel Rosa (agente de jogadores), com moderação de Andreia Candeias, pivô da CMTV. Sónia Bompastor, treinadora francesa do Lyon, atual detentor

PAPEL FEMININO CADA VEZ MAIOR NUM “DESPORTO DE HOMENS” FOI O PONTO DE PARTIDA DO EVENTO

da Liga dos Campeões, também marcou presença e não esqueceu a sua forte ligação a Portugal. É filha de pais da Póvoa de Varzim e lembrou, em bom português, que “o mais importante é viver os sonhos logo em pequenina” mas que, no entanto, “é preciso que haja oportunida­des iguais”, aconselhan­do as mulheres a “rodearem-se de pessoas que lhes possam dar o máximo de apoio”. De resto, assumiu-se contente pela evolução e dá o exemplo dos duelos da formação gaulesa com o Benfica na Champions. “Jogámos contra o Benfica e na altura ganhámos os dois jogos por uma grande diferença [por 5-0 em ambos], mas este ano já vimos o Benfica a fazer jogos mais interessan­tes em termos de competição com o Bayern, o que demonstra que o futebol feminino e os clubes portuguese­s estão a crescer muito. Parabéns também à Seleção Nacional, fico muito feliz por jogarem o Mundial.

O apoio da Federação é muito importante e se as mulheres receberem esse apoio, vão fazer coisas muito boas”, concluiu.

Competênci­a sem género

À conversa com Record, Kika Nazareth, jogadora do Benfica e da Seleção Nacional, destacou a importânci­a deste tipo de eventos. “Ter aqui quatro mulherões que representa­m federações, jogadores, seleções… é um choque de realidade. É mau porque não devia ser um choque, mas é bom para começarem a perceber que o importante é a competênci­a e que o Mundo é para todos. Não é por sermos mulheres, por termos cabelo mais comprido ou por isto ou aquilo. Se a presidente da federação islandesa é competente, não há que enganar, não há distinção”, vincou. *

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TESTEMUNHO. Sónia Bompastor foi uma das oradoras
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