DOUTORAS NO JAMOR
A engenheira Telma Pereira e a gestora Ana Rute no dérbi que fará a Taça rumar ao Minho
EXEMPLOS DE ÊXITO TAMBÉM NO PLANO ACADÉMICO
26 de maio de 2023
Telma Pereira tem 22 anos, é médio na equipa do Famalicão e está em fase de elaboração da tese de mestrado em engenharia e gestão industrial. Ana Rute, médio de 25 anos do Sp. Braga, é licenciada em gestão e tem ainda pós-graduação em contabilidade e finanças. São apenas dois exemplos de êxito académico, tal como há outros nestas equipas que vão disputar a final da Taça de Portugal, amanhã à tarde. Será um Jamor de doutoras, por assim dizer, até porque é cada vez mais essencial preparar o futuro para lá das quatro linhas. “É sempre importante ter um plano B, porque infelizmente não
CONVERSÁMOS COM DUAS JOGADORAS QUE OLHAM PARA LÁ DAS QUATRO LINHAS, JÁ QUE A CARREIRA TEM UM PRAZO
vou poder jogar futebol para a vida toda, daí ser fundamental apostarmos na formação académica tendo em vista o futuro. Gestão, contabilidade, finanças... Sim, é uma formação académica que nada tem a ver com o futebol, mas são as áreas em que eu me vejo a trabalhar”, explica Ana Rute, em conversa com Record, admitindo que esse futuro até pode passar, quem sabe, por um clube: “Claro, os clubes também precisam de contabilistas e gestores!”
Telma Pereira, por seu lado, está a terminar o mestrado na Universidade do Minho e o maior desafio é mesmo a gestão do tempo. “Há tempo, mas é muito limitado. O segredo é organizar-me bem, definir bem as prioridades. Muitas vezes não tenho tempo de estar com amigos no café ou de viajar. É uma questão de ser organizada e conseguir conciliar tudo. Foi assim que fiz a licenciatura e agora o mestrado... E tenho a tese para entregar lá para outubro”, conta-nos, esperando que o desfecho da Taça de Portugal lhe dê um impulso extra nesta fase decisiva deste ciclo académico. Mas avisa que não será fácil a missão dentro das quatro linhas:
“Sinto que nesta final ninguém pode falar de favoritismo. São duas equipas muito equivalentes, com fragilidades e qualidades, mas acho que se conhecem muito bem e será um jogo decidido no pormenor e na vontade das jogadoras.” E esse conhecimento deve-se aos cinco jogos disputados esta época, com três vitórias para o Sp. Braga e duas para o Famalicão. “As finais não se jogam, ganham-se. É o mote para a nossa equipa e vamos entrar para ganhar. Vai ser um jogo equilibrado e um bom espetáculo. E até já sinto aquela ansiedade positiva”, remata Ana Rute.
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“NINGUÉM PODE FALAR DE FAVORITISMO, SÃO EQUIPAS MUITO EQUIVALENTES E O JOGO VAI DECIDIR-SE NO PORMENOR” TELMA PEREIRA,
“AS FINAIS NÃO SE JOGAM, GANHAM-SE. É O MOTE PARA A NOSSA EQUIPA E NÓS VAMOS ENTRAR PARA GANHAR” ANA RUTE,