O regresso da hegemonia
Dez anos, seis campeonatos. Eis o balanço da última década do Sport Lisboa e Benfica na 1.ª Liga. Quarenta anos depois da eleição que veio comprometer a verdade desportiva no futebol nacional, o maior de Portugal recupera pela primeira vez a hegemonia, um estatuto que nunca pode tolerar perder. Desde 2013/2014, o Benfica ganhou o dobro dos campeonatos da segunda equipa mais titulada. Por outras palavras, a normalidade está a regressar.
Apesar do mérito que merecem todos
os jogadores, equipa técnica, funcionários e sócios do clube, a conquista do 38 é indissociável da chegada de Rui Costa à presidência.
Do ponto de vista desportivo, Rui Costa
não teve medo de arriscar, escolhendo um treinador estrangeiro, apesar das críticas do seu antecessor. Reforçou o plantel em posições chave, conseguindo levar a cabo o primeiro regresso de um jogador formado no Seixal a casa. Renovou a estrutura, limitando assim as fugas de informação de um balneário que se conseguiu manter unido ao longo de uma temporada desgastante. Rui Costa ousou traçar o seu próprio caminho e merece agora todo o mérito pelo sucesso que teve.
Com esta conquista, 29 anos depois de conquistar
o campeonato com o ‘10’ nas costas, Rui Costa cimenta a sua condição como uma das figuras mais importantes da história do clube. Jogador, diretor desportivo e, agora, presidente. Em todas estas funções, foi campeão nacional.
Agora que o mais importante está assegurado,
A CONQUISTA DO 38 É INDISSOCIÁVEL DA CHEGADA DE RUI COSTA À PRESIDÊNCIA
convém voltar a concentrar esforços para garantir a consolidação desta posição de hegemonia interna. Dentro de portas, muito sobra por fazer. Da revisão de estatutos à eventual construção da Cidade Benfica, é agora tempo de olhar para dentro e organizar a casa de forma a continuar a fortalecer o clube.
Já fora de portas, o Benfica não pode
perder de vista o seu papel de liderança no futebol português. Em plena luta pela sucessão na FPF, e com muita tinta ainda por correr no dossiê da centralização dos direitos televisivos, o Benfica tem de fazer valer a sua importância para assegurar um novo amanhã no nosso futebol, com maior rigor e transparência, além de regras e sanções mais justas. A bola já não rola, mas a próxima época começa agora. Até porque, como apontou Roger Schmidt, queremos chegar às 4 estrelas já em 2025.