TORRES DE BELÉM CHEGAM AO CÉU
Azuis garantem o título e reafirmam-se como potência do futebol nacional
Não foi um campeão surpreendente, antes foi confirmação de uma potência já consolidada. Na correlação de forças nas décadas de 20, 30 e 40, o Belenenses era um crónico candidato, fornecedor de muitos jogadores à Seleção e com apoio social significativo e crescente – entre os principais clubes, era o mais jovem, criado a 23 de setembro de 1919. Numa época em que já tinha vencido o Campeonato de Lisboa, a equipa da cruz de Cristo sublinhou a grandeza com um título único no seu currículo. Comandados por um general de muitas batalhas, Augusto Silva, internacional e figura de referência nos anos 20 e 30, os azuis construíram a lenda maior da sua existência, em percurso no qual estiveram sempre nos primeiros lugares da tabela. Dobraram a primeira volta em terceiro lugar, um ponto atrás de Benfica e Sporting, com duas derrotas e dois empates, os mesmos que apresentou no final do campeonato.
Com segunda volta perfeita (11 vitórias em 11 jogos), o Belenenses chegou à última jornada a depender de si próprio para ser campeão. Na deslocação a Elvas, a situação era clara: tinha um ponto de vantagem sobre o Benfica mas perdia no confronto direto, pelo que o empate com os alentejanos daria o título às águias. A vitória levou a jovem nação azul (o clube tinha apenas 27 anos) a mergulhar num mar de euforia, traduzido na presença massiva de adeptos belenenses em Elvas e no cortejo que trouxe a comitiva até Lisboa, onde os festejos atingiram o ponto alto. A equipa das Torres de Belém (Capela, Vasco e Feliciano), guiada por um génio (Mariano Amaro) e uma linha atacante referenciada pelo talento de dois dos melhores de sempre (Artur Quaresma e Rafael Correia) chegou então ao céu. Lá ficou para sempre.
O BELENENSES TINHA APENAS 27 ANOS QUANDO FOI CAMPEÃO NACIONAL. NA SEGUNDA VOLTA GANHOU TODOS OS JOGOS