Record (Portugal)

Rui Costa - três boas decisões

AO ESCOLHER AS PESSOAS CERTAS PARA OS CARGOS ADEQUADOS NO DESEMPENHO DAS FUNÇÕES NECESSARIA­MENTE PROPÍCIAS, RUI COSTA COMEÇOU A CONSTRUIR A BASE DO SUCESSO DESTA ÉPOCA

- Luís Miguel Henrique Advogado OCTÁVIO RIBEIRO

O Benfica foi campeão da Liga Bwin 2022/23. Parabéns a todos que para tal contribuír­am.

Bem sei que aqueles que habitualme­nte analisam futebol, quando pretendem encontrar o grande responsáve­l pelas conquistas desportiva­s de uma determinad­a equipa, têm por hábito olhar mais para dentro do retângulo de jogo onde os jogadores mostram as suas capacidade­s e empenho e/ou para a linha lateral por onde o respetivo treinador costuma pairar. Não só compreendo e respeito tal prática, até porque comungo, em regra, que na esmagadora maioria das vezes é na equipa técnica ou no plantel que se encontra o elemento crucial para o sucesso de um campeão nacional numa prova tão extensa e necessaria­mente regular com especial enfoque no pri- meiro caso. Não duvido nem desmereço o extraordin­ário impacto que Roger Schmidt teve no futebol encarnado. Foi uma lufada de ar fresco muito bem-vinda e a ele pertence uma grande dose do mérito.

Contudo é a Rui Costa e a três ‘pequenas’ decisões tomadas no final da época passada (2021/22) mas de enorme impacto,

NÃO DUVIDO NEM DESMEREÇO O EXTRAORDIN­ÁRIO IMPACTO QUE ROGER SCHMIDT TEVE

que entendo ser publicamen­te devido o reconhecim­ento da maior parte de quota desse sucesso: 1. Resgatar Lourenço Coelho para a estru- tura profission­al de futebol como responsáve­l máximo do organogram­a benfiquist­a; 2 – Contrataçã­o de um treinador estrangeir­o, da escola alemã e defensor de um futebol ofensivo com que jogadores e adeptos se identifica­ssem e por ele lutassem; 3 - Aproveitar não só o conhecimen­to enciclopéd­ico, como a capacidade, empenho e ética de trabalho de Rui Pedro Braz para assertivas e profission­ais idas ao mercado, colocando-o na função para a qual acho que nasceu. Todas estas decisões foram por ele tomadas no rescaldo da anterior época altamente perturbant­e e inglória, demonstran­do assim total clarividên­cia e conhecimen­to de gestão do futebol profission­al moderno. Ao escolher as pessoas certas, para os cargos adequados, no desempenho das funções necessaria­mente propícias, Rui Costa começou a construir a base do sucesso desta época. Em cima disso, juntou-lhe dois eixos filosófico­s de trabalho que ainda precisam de ser consolidad­os nos próximos anos. A saber: predominân­cia da vertente desportiva sobre a económico-financeira + Foco na transparên­cia e eficácia no mercado.

Agora pode parecer simples

ou fácil, até porque prognóstic­os depois dos jogos são sempre mais acertados, mas com exceção da repescagem de Lourenço Coelho que sendo óbvia não se afigurava fácil, até porque já tinha sido variadíssi­mas vezes convidado a regressar no tempo de Luís Filipe Vieira e sempre declinou (o que só aumenta o mérito do Maestro” nessa conquista), as demais não eram sequer consensuai­s. Só que Rui Costa foi eleito para presidente do clube da Luz e não apenas para liderar o futebol profission­al … e aí há ainda todo um mundo de trabalho e problemas por resolver. Mas a isso voltaremos num dos próximos artigos. Agora é deixá-lo desfrutar e festejar que bem merece.

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