Pobre Seleção!
1. Eu acho que aquela fotografia do Euro 2016 em que apareciam dez jogadores da Seleção formados pelo Sporting teve consequências nefastas.
Nessa altura choveram merecidamente elogios
sobre a excelência da escola do Sporting, considerada das melhores do Mundo. Esse destaque não terá caído nada bem nos poderes ‘de facto’ do futebol nacional (you know what I mean) e, a partir dessa altura, a representatividade do Sporting na Seleção começou a diminuir.
Veja-se o tempo que Palhinha levou a ser chamado
e o caso paradigmático do João Mário: quando jogava no Sporting era ignorado, no Benfica convocação permanente.
Tenho ideia que escolher jogadores para a Seleção
é algo que, em Portugal, vai para além da vontade do selecionador e todos nós conhecemos algumas boleias dadas a jogadores em crise de notoriedade ou, sobretudo, em instâncias de transferência. Só assim se explica, por exemplo, o aparecimento do nome do Renato Sanches.
Por tudo o que fizeram esta época, Nuno Santos e Pote
mereciam a atenção do selecionador, para mais com o sistema tático que este privilegia. Mas, se calhar, eram jogadores do Sporting a mais e claramente isso não pode acontecer. Pensei que Roberto Martínez era uma lufada de ar fresco no futebol nacional, mas enganei-me. O que me surpreende agora é a velocidade com que se acomodou.
2. Um jogador que faz a sua melhor época de sempre
PENSEI QUE ROBERTO MARTÍNEZ ERA UMA LUFADA DE AR FRESCO, MAS ENGANEI-ME
e renuncia, sem explicações, à Seleção é algo que custa a compreender. Mais parece que João Mário e também Rafa amuaram, porque previsivelmente seriam suplentes.
A Seleção Nacional é das poucas causas patrióticas
e empolgantes que subsistem no nosso país e devia ser a máxima aspiração de qualquer jogador, seja no banco ou no campo. A isto chama-se servir a nação. Trocá-la por taticismos desta natureza é algo que me choca e que coloco conceptualmente a nível da deserção.