ARTEM NYCH NOVA ESTRELA NA SERRA
Corredor russo da Glassdrive, de 28 anos, destacou-se no último dia e ficou com a ‘amarela’ numa corrida marcada pelo mau tempo... que não estragou a festa
O Grande Prémio Internacional das Beiras e Serra da Estrela regressou em força e proporcionou três dias de muito espectáculo. O percurso já era duro e exigente, mas as condições climatéricas muito adversas dificultaram ainda mais a tarefa do pelotão. Mas a festa do ciclismo fez-se na mesma e o vencedor só ficou decidido na última etapa. Artem Nych (Glassdrive) conquistou a camisola amarela final e a 1ª vitória da carreira ao fazer 2º na chegada à Guarda, depois de uma tirada duríssima (a mais longa da prova) com quatro contagens de montanha - a 1ª categoria no alto da Torre foi o maior desafio - e marcada pelo nevoeiro, a chuva e o frio, especialmente quando os corredores pedalavam em plena Serra da Estrela.
O ciclista russo, de 28 anos, foi apenas superado na meta por Abel Balderstone, da Caja Rural, equipa espanhol a que arrebatou outras duas etapas (2ª e 3ª), ambas conquistadas com grande autoridade por Iúri Leitão. O português voltou a demonstrar, depois da vitória na Volta à Grécia,
no início deste mês, ser o sprinter luso em melhor forma. A 5ª edição da corrida, que não tinha saído para a estrada nos últimos três anos, devido às várias contingências da pandemia, iniciou-se na sexta-feira com uma jornada dupla e, durante a manhã, realizou-se um contrarrelógio por equipas que ligou Seia a Gouveia. A especialidade é cada vez menos vista nas provas nacionais e internacionais, mas serviu para ditar as primeiras diferenças e aí começou também o domínio espanhol em termos de vitórias de etapas. É que a formação da Burgos foi a mais rápida do ‘crono’ e, por ter sido o primeiro corredor da equipa a cruzar a meta, Pelayo Sánchez tornou-se no primeiro camisola amarela da corrida. À tarde, na etapa que ligou Fornos de Algodres a Figueira de Castelo Rodrigo, Sánchez ‘cedeu’ a camisola a um companheiro de equipa, o compatriota Eric Fagúndez, mas recuperou-a imediatamente no dia seguinte quando o pelotão viajou de Penamacor até Pinhel.
Na etapa rainha, Pelayo Sánchez foi 3º a cruzar a meta, mas perdeu muito tempo e caiu para a mesma posição na geral final. Se entre as equipas estrangeiras o protagonismo ficou dividido entre Burgos e Caja Rural, das formações nacionais o destaque foi naturalmente a Glassdrive. É que além da vitória na geral individual, a equipa de Águeda também levou para casa as camisolas azul (montanha) e branca (juventude), por Frederico Figueiredo e Duarte Domingues, respetivamente. Este último, note-se, só foi chamado na véspera do arranque da prova e foi o substituto de Mauricio Moreira. O corredor uruguaio, vencedor da Volta a Portugal do ano passado, foi baixa de última hora devido a uma infeção num ouvido.
GLASSDRIVE FOI A EQUIPA LUSA EM MAIOR DESTAQUE. ENTRE AS ESTRANGEIRAS, BRILHARAM A BURGOS E A CAJA RURAL
Prova atraiu muito público
Apesar do mau tempo que se fez sentir durante quase todo o trajeto, a corrida originou grande interesse junto da comunidade. Nas partidas e nas chegadas, mas também nas restantes localidades dos 16 concelhos que a corrida visitou, houve sempre uma grande afluência de público incansável no apoio aos ciclistas.
*