A magia da Taça
A cada ano Portugal veste-se de cores variadas, nos verdejantes jardins do Jamor, para assumir o clubismo que leva no peito. As famílias unem-se, os amigos reencontram-se e todos ficam emanados numa só emoção: êxtase. Esta é a magia do povo, a Taça do nosso Portugal,. Cada vez é mais assim em todo o lado, porque o futebol possui essa magia, que confraterniza, sem rancor e violência, todos os cidadãos de um país.
A mágica integração e confraternização dos adeptos representam a negação das relações desenvolvidas pelos governantes, que contêm interesses económicos e pouco de sincera cooperação e integração. Há pequenos gestos, no dia da final, que encerram o universo da tão sonhada paz mundial. São os piqueniques, os garrafões de vinho e as sandes de panado, nos pinhais do Jamor. Tudo isso faz do futebol o maior dos desportos e, mais uma vez, repete-se, o simbolismo universal da confraternização e a mola propulsora da efetiva construção da tão sonhada paz, e não a do silêncio ou das armas, mas, a verdadeira, aquela que, parafraseando o poeta amazónico Thiago de Mello no seu monumental poema ‘Os estatutos do homem’: “Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm o direito de se converter nas manhãs de domingo.“Ah! E como seria bom se os governantes e os detentores do poder económico tivessem a sensibilidade de escutar a universal linguagem do futebol. Um maravilhoso desporto, que é um produto de prioridade nacional, e, como tal, deve continuar a ser estimulado, quanto mais não seja para a saúde mental e elevação da moral de uma Nação. FC Porto e Sp. Braga vão disputar a final da Taça de Portugal-2023, e não vejo a hora do jogo começar!