Record (Portugal)

As inevitávei­s comparaçõe­s

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Carregar nas costas um nome com a dimensão do apelido Assunção pode ser uma herança pesada, dada a facilidade com que se fazem comparaçõe­s e à dificuldad­e subsequent­e em descolar para uma carreira própria. Que há paralelism­os, há, e ninguém foge deles, mas os filhos querem largar o rótulo de cópias, até porque, lembram, também têm caracterís­ticas únicas.

“Eu tento separar as coisas, porque há sempre comparaçõe­s e não são justas. O meu pai foi campeão, ganhou tudo e eu estou só a começar. Gosto mais de vincar o orgulho que tenho”, ressalvou Gustavo Assunção, antes de elencar semelhança­s e diferenças.

“O meu pai era mais controlado­r no meio-campo. Tinha cinco pulmões. Chegava ao intervalo, tirava um e metia outro. Tinha também uma raça enorme na forma como abordava os lances. O

João é mais parecido aí. Eu peguei mais a parte da leitura de jogo, que ele também tinha. Talvez seja mais evoluído do que o João aí, mas se calhar só pela idade . Tenho a parte da raça, mas um bocadinho menos”, apontou. João, por outro lado, disse gostar do “peso da herança”, mas também esfriou comparaçõe­s, até porque, lembrou, o pai “era um polvo”, alguém “que jogava e fazia jogar e que estava em todo o lado”.

A imagem de Paulo Assunção, de resto, ficou tão vincada na mente dos amantes do desporto que até Mikaela é comparada no voleibol. “Falam muito de nós e dizem que veem coisas do meu pai na minha forma de jogar”, admitiu a jovem, que começou a jogar voleibol em 2021 e rapidament­e se mudou para a AJM FC Porto. E o que pensa o pai sobre tudo isto? “Vejo muito de mim neles, mas o Gustavo têm um estilo diferente. É 6, mas pode ser 8 ou 10. Tem visão de jogo, força, passada e vira a bola com muita facilidade. O mesmo no caso do João. Para mim é prova de que estão mais evoluídos”, vincou Paulo.

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Paulo Assunção deixou marca

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