Record (Portugal)

Sevilha: as 7 aventuras do eterno vice-rei da Europa

- Filipe Alexandre Dias Editor executivo

Em Espanha, há um reinado futebolíst­ico na Europa. Entre outros gigantes e históricos, há duas coroas inescapáve­is: a do Real Madrid na Champions e a do Sevilha na Liga Europa. É que se os merengues são soberanos na primeira linha da UEFA, com nada menos do que 14 Champions, o Sevilha é o vice-rei, dono e senhor da segunda maior prova de clubes no Velho Continente, com 7 copas nas vitrinas. Esta é a história de um ‘clube senhor’, que tem uma competição como seu feudo.

Na capital da Andaluzia, mora uma das maiores rivalidade­s do país, a segunda maior em termos citadinos. Logo a seguir ao dérbi de Madrid entre Real e Atlético, a rivalidade incandesce­nte entre Sevilha e Bétis divide corações nas margens do Guadalquiv­ir e um pouco por toda aquela que é a segunda maior comunidade autónoma espanhola.

Esta história começa em

2005/06. A turma da Andaluzia despegou-se de vez do seu rival de Sevilha e ganhou dimensão europeia, chegando à primeira das suas sete finais – continua com 100% de aproveitam­ento. O esquadrão comandado por Juande Ramos, o treinador com vagas feições de Jack Palance, bateu sem misericórd­ia o Middlesbro­ugh por 4-0, com Luiz Fabiano (2), Maresca e Kanouté a demolirem os ingleses.

O bis não se fez esperar na

época seguinte. Juande Ramos desta vez viu a vitória nascer com fórceps após um 2-2 frente ao Espanhol. Nos penáltis, os sevilhista­s voltaram a sorrir. Palop, o guardião, eternizou-se como herói. Foi a última final de Antonio Puerta... É que a lenda já tem os seus ‘mártires’. A 28 de agosto de 2007, Puerta tombou contra o Getafe na ronda 1 de La Liga. Saiu de campo pelo próprio pé, mas não resistiria a nove paragens cardiorres­piratórias. Era a maior promessa espanhola da ala esquerda. Tinha 22 anos de vida e 14 de Sevilha. Mais tarde, Reyes, atacante que também serviu o Benfica e ídolo sevilhista, morreu num acidente de viação a 1 de junho de 2019. Ganhou 5 Ligas Europas, 3 delas pelos ‘rojiblanco­s’.

A seguir veio o ‘tri’. Entre 2013/14 e 2015/16, a Liga Europa não saiu das mãos dos espanhóis. Na primeira, aportugues­ado com Beto, Daniel Carriço e Diogo Figueiras, o Sevilha voltou à decisão por penáltis para bater o Benfica; na época seguinte, o Dnipro também foi castigado por 3-2, com Bacca a bisar. A fechar a série, o Liverpool também não resistiu e saiu despachado na final por 3-1. Intratávei­s, os andaluzes. O ‘tri’ teve a marca d’água de Unai Emery. Coisa a sério!

Depois foram três anos a ver os outros levar a taça. É muito para este Sevilha glutão. A fome passou em 2019/20. No banco, Lopetegui teve a sua afirmação e a ‘vítima’ foi o Inter Milão. Por 3-2. Luuk de Jong fez dois golos.

Dois anos de intervalo e lá veio o ritual do habitual. O Sevilha de Mendilibar levantou a sua 7.ª Liga Europa e de novo nos penáltis, onde vergou a Roma. E nem Mourinho resistiu ao irresistív­el...

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