Record (Portugal)

A ocasião faz o avião

- Nuno Encarnação Gestor

À hora que escrevo estas linhas, Marcano renovou por mais duas épocas, mas ainda não temos notícias sobre as vendas que terão de ocorrer até ao final do dia de amanhã para que o Porto não volte aos resultados financeiro­s negativos.

O Porto só tem duas formas de resolver

este grave problema. Ou consegue vender Diogo Costa pela cláusula de rescisão de 75M€, sendo que a mesma tem de ser paga a pronto e não fatiada como se de uma pizza se tratasse, e ao longo de vários anos.

Ou, em alternativ­a, vender

Taremi (que termina o contrato daqui a um ano) juntamente com Otávio, que como se sabe é hoje um dos maiores encargos financeiro­s de que há memória no Porto após a sua renovação. Apesar de o Porto deter apenas 67% do passe de Otávio e de o mesmo ter a sua cláusula de rescisão em saldos até ao dia 15 de julho (40M€), ao alcance de qualquer clube do Championsh­ip, estas seriam as opções com mais mercado para garantirem os tais 50M€ que o Dr. Gomes tanto necessita.

Mas o que é estranho

é que, chegados aqui, a 24 horas do fecho das contas anuais, o Porto não tenha conseguido vender ainda o guarda-redes com a maior cotação no mercado internacio­nal no Transferma­rkt (Diogo Costa), o melhor marcador da Liga Portuguesa (Taremi) ou o melhor jogador da Primeira liga (Otávio).

No meu tempo de menino,

havia a figura do caixeiro-viajante, que percorria o País e o Mundo de modo muito apresentáv­el, suando por todos os poros para vender tudo o que pudesse garantir o sustento da sua família.

Parece agora que essas figuras não existem no FC Porto

e nem uma gota de suor deitam. Não há quem venda, não há quem promova de forma profission­al os nossos melhores jogadores ao longo do ano nos mercados internacio­nais aos preços dos Enzos e Felixs destas vidas. A solução é só uma, chamar o Mendes, tal como chamamos o INEM quando não há mais nada a fazer.

Não acham isto demasiado estranho?

Ou a mosca do sono abateu perante tantos portistas que já não contestam o trabalho que muitos deveriam fazer no clube?

Pelo meio desta tortura anual

fica a alegria contagiant­e de ver Conceição com o seu filho mais novo, felizes e contentes, ao descobrir no céu azul e limpo do Algarve um avião com uma mensagem a pedir-lhe mais um campeonato.

Conceição contenta-se sempre com tão pouco

para aquilo que este clube tanto lhe deve. Se não fosse ele e o seu impression­ante trabalho já nenhum avião descolaria por ninguém nesta mui triste SAD. Veremos o que as próximas horas nos reservam.

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