Record (Portugal)

O destino marca a hora

- Leonor Pinhão

Este espaço será preenchido de alto a baixo com assuntos relativos ao FC Porto. Cada clube tem os seus assuntos e cabe aos adeptos de cada clube pensá-los e discuti-los (por esta ordem, de preferênci­a) e solucioná-los, o que nem sempre é fácil. A intromissã­o das opiniões de adeptos dos outros clubes nos assuntos do nosso clube é uma das coisas mais irritantes que existem no futebol. Fica aqui o pedido de desculpa consciente da irritação que possa causar a intromissã­o que se segue. Cá vai.

Foi preciso que se passassem nove anos

para aparecer alguém que ousasse superio- rizar-se a Bruno de Carvalho em sede da ciência da predestina­ção para o exercício do cargo máximo no governo de um clube de futebol. Em 2014, um ano depois de ter sido eleito, Carvalho admitiu publicamen­te o seu sonho tornado realidade: “Disse ao meu pai, quando tinha 6 anos, que queria ser presidente do Sporting.” E foi. Mas o assunto deste espaço não é esse. É o FC Porto. E André Villas-Boas que, a meio da semana corrente, recorreu à providênci­a divina para se colocar na corrida a um próximo ato eleitoral no seu clube. Quão próximo?

O “LUGAR” PARA QUE ANDRÉ VILLAS-BOAS SE SENTE “DESTINADO” É A CADEIRA DE SONHO DA PRESIDÊNCI­A DO FC PORTO. PELO MENOS, FOI ISSO QUE TODOS ENTENDEMOS. INCLUINDO PINTO DA COSTA QUE, POR MUITO QUE LHE TENHA CUSTADO, SÓ PODE TER ENTENDIDO A MESMA COISA

Isso é que não se sabe, mas adivinha-se. Ouçamos o treinador que deu 4 títulos ao FC Porto em uma só época explanar as suas convicções quanto ao que o futuro lhe trará: “Fui invadido por esse tipo de sentimento­s e de emoções que me confirmam que, um dia, esse lugar me estará destinado.” O lugar é a cadeira de sonho da presidênci­a do FC Porto. Pelo menos, foi isso que todos entendemos. Incluindo, naturalmen­te, Pinto da Costa que, por muito que lhe tenha custado, só pode ter entendido a mesma coisa. Por isso deve ter ficado triste. Viu-se confrontad­o pela afirmação púbica de um seu putativo sucessor e, como se não bastasse, já faz tempo que ninguém lhe manda um aviãozinho.

Nessa mesma tarde em que André Villas-Boas falou, veio o jornal ‘A Bola’, na sua edição on-line, dar aos portistas as notícias mais esperadas pelos adeptos de todos os clubes em tempo de defeso, notícias de contrataçõ­es. Logo depois do introito – “Sérgio Conceição definiu os alvos…” – desfilaram os nomes dos jogadores pretendido­s “para reforçar o plantel”. São estes: Fran Navarro do Gil Vicente, Bruno Onyemaecht do Boavista, Ivan Jaime do Famalicão e a dupla Guga e Costinha do Rio Ave. Todos eles excelentes jogadores, acrescenta­rá sem favor quem deu atenção à Liga portuguesa. No entanto, quem deu atenção à última temporada também não consegue esquecer aquele desabafo de Sérgio Conceição pelos idos de março: “Tudo o que fizemos com 30% do plantel da equipa B, com outros 40% que vieram de clubes médios…” Que a nova vaga de jogadores de “clubes médios” lhe sorria são, certamente, os votos dos adeptos portistas.

SÉRGIO CONCEIÇÃO, AS CONTRATAÇÕ­ES E “AS EQUIPAS MÉDIAS”

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal