Record (Portugal)

ELAS PROMETEM ESPETÁCULO

Arranca hoje, nos antípodas, o Mundial que conta pela primeira vez com 32 seleções e é a bandeira do cresciment­o do futebol feminino

- AUCKLAND, NOVA ZELÂNDIA

Apesar do tiroteio que manchou com três mortos a antecâmara do pontapé de saída do Mundial de futebol feminino, que hoje tem lugar entre a Nova Zelândia e a Noruega [ver peça à parte], às 8 horas de Lisboa, a prova configura-se mesmo um momento marcante na evolução da variante. Pela primeira vez, são 32 as seleções a competir pelo cetro de campeãs mundiais que, nas últimas duas edições e com 24 equipas, foi conquistad­o pelos Estados Unidos, que estão no grupo de um Portugal debutante e são os grandes candidatos à (re)conquista do título. As norte-americanas são, de resto, a maior potência, tendo vencido metade - quatro - das oito edições disputadas. Haverá outras candidatas de peso, como Brasil, as campeãs europeias da Inglaterra ou as vice-campeãs mundiais Holanda, com quem a Seleção Nacional, comandada por Francisco Neto, se estreia na competição este domingo. Esse foi o instante antecipado por Jéssica Silva, ainda antes de se ter conhecimen­to da tragédia ocorrida no centro de Auckland, a alguns quilómetro­s da intervençã­o da avançada de 28 anos. “Estamos preparadís­simas, queremos mesmo é competir”, começou por referir a atacante do Benfica, antes de prosseguir: “É importante sabermos com quem estamos a jogar, contra uma das melhores seleções do mundo, mas sabemos o nosso valor. A Holanda tem uma dinâmica incrível, com jogadoras num excelente momento de forma. Agora não há Vietname, nem Estados Unidos, só há mesmo a Holanda, queremos fazer um bom resultado. Queremos entrar bem.” A Seleção trabalha há quase um mês para a prova e os perfis das jogadoras podem ser consultado­s em baixo. “Estamos coesas e focadas. Estar aqui deixa-me muito feliz, é o momento mais alto das nossas carreiras”, atirou Jéssica, relativiza­ndo a grande forma exibida ante a Ucrânia, antes de rumar à Nova Zelândia: “Importante é estar no meu melhor nível para ajudar Portugal a estar no seu melhor também. A equipa tem crescido e os resultados positivos dão mais confiança.”

A evolução tática também foi abordada por Jéssica - “Jogar com três centrais é mais uma forma em que podemos jogar, é um processo que está completame­nte assimilado” -, que rematou: “Já não é só o sonho. Não é o futebol feminino que está a jogar, é Portugal.”

Fernando Gomes atento

Carole Costa voltou ontem a ser integrada, cabendo a Ana Borges fazer gestão de esforço no ginásio, numa sessão acompanhad­a pelo presidente da FPF, Fernando Gomes, e que começou à meia-noite de Lisboa, pelo que o tiroteio não teve reflexos na agenda lusa.

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FOCO. Jéssica lembra que “já não é só sonho e não é a seleção feminina a jogar, é Portugal”
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