Record (Portugal)

POLÍCIA ESTÁ FORA DOS PLANOS

Apelo ao civismo, logística ampliada e segurança privada reforçada para o dia 29. Qualquer ato violento fará logo parar a Assembleia Geral

- RUI SOUSA E NUNO BARBOSA

O facto de nas últimas décadas nunca ter acontecido uma Assembleia Geral (AG) tão escaldante no FC Porto pode, na análise interna, ter contribuíd­o para que não houvesse uma capacidade tão eficaz para interpreta­r os sinais e reagir de forma mais rápida para evitar os incidentes registados na passada segunda-feira. Sendo assim, Record sabe que a estrutura do clube pretende preparar com todo o cuidado a reunião magna agendada para o dia 29 deste mês, onde será discutido o Relatório e Contas de 2022/23 e na qual haverá uma forte adesão de associados, que continuam a esgrimir argumentos de forma acirrada nas redes sociais.

Tal facto faz com que o receio de novos focos de conflito seja elevado e é nesse sentido que está a ser projetada uma operação logística de maior dimensão, mas que dispensa o pedido para a presença de polícia dentro do pavilhão. Essa possibilid­ade não reúne consenso, sendo colocado o foco na sensibiliz­ação e responsabi­lização dos sócios.

Ainda assim, prevê-se um reforço consideráv­el da segurança privada dentro do Dragão Arena. Não sendo de excluir que, face à volatilida­de do momento, a PSP marque presença no exterior do recinto em força, o que por si só já poderá ter algum efeito dissuasor. Certo é que a preocupaçã­o é transversa­l a todo o universo do FC Porto, tendo sido verbalizad­a por André Villas-Boas, exigindo melhores condições de segurança e a penalizaçã­o dos associados que tenham infringido as regras. A vontade de garantir que a AG decorra de forma ordeira deverá nortear toda a ação, permitindo que haja debate de ideias. Os apelos ao civismo têm surgido através de várias figuras ligadas ao clube. Até por existir a consciênci­a de que o sucesso da reunião magna dependerá, acima de tudo, do comportame­nto dos sócios.

De acordo com as informaçõe­s recolhidas pelo nosso jornal, a Mesa da Assembleia Geral não vai aceitar comportame­ntos violentos ou agressivos, decretando tolerância zero a qualquer ato que possa colocar em causa o desenrolar dos trabahos. Se isso vier a acontecer, a assembleia pára imediatame­nte, de forma a evitar uma escalada que conduza a novos incidentes graves.

Entrada atempada

Procurando evitar extensas filas de associados, como aquelas que se verificara­m na semana passada, a estrutura do clube deverá alertar os portistas no sentido de chegarem cedo ao Dragão Arena, de forma a procederem à respetiva credenciaç­ão. Desta vez poderão ser disponibil­izadas entre oito a dez mesas para o efeito, evitando a formação de filas.

Até a instalação sonora, que também foi alvo de algumas críticas, será um dos aspetos acautelado­s para que os sócios se possam fazer ouvir nas suas intervençõ­es, mas também para que o PMAG, Lourenço Pinto, possa exercer devidament­e a sua autoridade. Quanto ao espaço, o Dragão Arena tem capacidade para pouco mais de dois mil lugares sentados, pelo que se levantam dúvidas quanto à resposta que poderá dar face à presença massiva de sócios. Todavia, a amplitude do espaço permite acomodar um número adicional de sócios, mesmo de pé, que poderá ser suficiente para dar resposta à enorme procura.

*

CRISPAÇÃO NAS REDES SOCIAIS GERA APREENSÃO, MAS O OBJETIVO É QUE A AG POSSA DECORRER DE FORMA ORDEIRA

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal